Maresia

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Leo

Eu odiava vermelho.

Era uma cor chamativa e apelativa demais.

Apelativo era na verdade a morena de menos de um metro e setenta.

Vermelho não era minha cor preferida, entretanto passou a ser depois que o tecido se acomodou tão bem no corpo recheado de curvas femininas.

Fiquei quase meia hora tentando fazer com que Daniel deixasse o carro sozinho para que quando eu terminasse de "melar" o ouvido da morena, e pudesse levá-la a qualquer lugar onde pudesse transformar seu vestido em tapete de chão. Voltei preparado para mostrá-la que eu poderia ser diferente de qualquer homem naquele lugar, mas para minha surpresa ela é quem parecia disposta a me mostrar que a mulher que eu encontro agora, é diferente da mulher que deixei no bar anteriormente ou diferente de qualquer outra mulher que pudesse encontrar ali.

Durante todo o percurso para o hotel, ela mal olha pra mim. Mesmo que eu quisesse tomá-la ali mesmo eu não faria, porque se eu fizesse não teria a menor condição de parar.

Quando era noivo, minha noiva insistiu um milhão de vezes para que fizessemos Yoga juntos, alegando que o ápice do esporte era manter a cabeça livre de pensamentos, mas como um homem agitado que sempre fui, era impossível pois minha cabeça nunca ficava vazia. Depois de tantos anos eu pude entender o que ela dizia, porque nesse momento, mesmo tendo que resolver muitas coisas na manhã seguinte, eu só consigo pensar na mulher sentada ao meu lado.

— Você só pode estar brincando! — Ela exclama olhando a fachada do hotel.

— O que ? — É tudo que consigo falar.

— Você trás todas as suas presas para o Fasano ? — Havia um tom divertido em sua voz, mas ainda sim o fundo era de pura verdade.

— Então, você é minha presa ?

— Ei, não mude de assunto.

Ela riu, genuinamente, enquanto os fios negros de seu rabo de cavalo salietavam-se por seu ombro nú.

— Disse que confiaria em mim, preciso fazer jus a sua confiança, não posso te levar para hotéis podres..

Dessa vez sou eu quem rio.

— Uma diária aqui deve ser uma fortuna — Ela muda de assunto e ainda sim permanece surpresa, o que me faz questionar seu nível de estabilidade financeira.

Fasano era um excelente Hotel, barato pra mim e caro para muitos. Era justo.

Um excelente Hotel, com quem parecia ser uma excelente companhia.

Quando entramos no hall do hotel, o recepcionista me direciona um sorriso de criança que acaba de ver seu doce preferido, a grande questão é que ele nunca usa meu nome e pelo sorriso escancarado, sei que ele acordou feliz o suficiente para me direcionar um apelido íntimo que nem mesmo Daniel usava.

— É bom vê-lo de novo, Leo.

Bom, meu primeiro nome foi pro ralo.

"S" nem mesmo me olha, vejo uma de suas mãos apertando a outra e posso apostar que estão suadas. Ansiedade ou nervosismo ?

O recepcionista me aponta o cartão e eu prontamente o tomo de sua mão.

Ela me olha com um sorriso de foder psicológicos e com aqueles olhos mais azuis que as águas do México. A claridade me espantava, pois "S" era muito mais linda agora.

Honestamente, "S" é um achado, e por um lado devo agradecer Mário por ter me feito de idiota, pois se ele tivesse me tratado na honestidade, eu não teria encontrado a mulher que agora divide o elevador comigo.

TUDO QUE O MESTRE MANDAROnde histórias criam vida. Descubra agora