CAPÍTULO VIII

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eu fugir por pouco do local da minha mansão, estava esgotado graças a magia daquela garota, segui em direção da floresta e fui até uma caverna para emergência como essa, lá havia um baú com um símbolo real um que me recordava o passado

140 ANOS ATRÁS

Papa - E agora todos aqui nos reunimos para coroá-lo como nosso sucessor!

Todos se ajoelharam perante mim, sensação do poder em minhas mãos era exatamente como eu pensava e hoje mesmo, eu deixaria de apenas pensar nisso para que se tornasse verdade, tudo aquilo seria meu com a morte de meu pai.

Senti a coroa tocar minha cabeça assim que me inclinei em direção ao reverendo que estava realizando a seção. Aplausos seguiram o momento e me virei para o público que de pé batiam palmas me dando ainda mais satisfação.

Ergui o bastão cerimonial no ar e sorri com uma imensa realização crescendo e se expandindo dentro de mim como uma represa se rompendo e liberando todo um orgulho próprio que a tempos eu resguardava para esse instante em questão. Com o fim da cerimônia e a festividade se aproximando o mais correto era mais uma vez esclarecer meu plano aos demais integrantes de meu rebelde projeto, este que sugeria a morte do rei, meu pai.

Cardec - Tem certeza que mata-lo no dia de sua coroação não levantará suspeitas?

necromante - Eu passei minha vida fingindo ser o melhor dos primogênitos para que nesse dia todos nem sonhasse que fora eu a assassiná-lo. É meu momento de glória sobre aquele velho..

Todos sorriam e riam com suas bebidas em mãos tentando não levantar suspeita do grupo de pessoas que havia passado perto de nossa pequena reunião em meio ao salão da festividade.

Necromante - Trouxe o que lhe pedi? 

Cardec tomou em seu bolso um pequeno frasco de um pouco de Belladonna amassada, um veneno natural e letal vindo de uma planta muito comum em nossos Reino, parecia querer ser usada para isso e graças ao fato de ser uma planta comum a culpa por usá-la na bebida poderia cair sobre qualquer plebeu vivente do Reino.

necromante - Perfeito..

Peguei o vidro e o derramei na taça de vinho de Absalon devolvendo para o mesmo o vidro vazio de veneno. Segurei a taça em mãos e com o som das trombetas que soavam anunciado a chegada de meu pai me dirigi para a mesa principal do salão onde apenas a realeza destaca-se sentada ali apartada dos demais plebeus insignificantes.

Coloquei a taça de meu pai e me sentei ao seu lado, Absalon estava do outro lado de meu pai por ser seu conselheiro e os demais espalharam-se na mesa da realeza em ambos os lados dela aguardando o rei com ansiedade evidente.

rei - Meu filho, meu orgulho! Todos vamos festejar em nome do meu garoto..

Meu pai disse se aproximando da mesa e logo pegou sua taça em mãos me fazendo conter uma risada cruel pelo que estava por vir.

rei - Meu povo amado, assim como eu viram esse homem aqui em minha frente crescendo, de um garoto que assustava os cavalos e roubava pãezinhos de doce na cozinha para esse homem exemplar que aqui hoje vemos..

Ele colocou a mão em meu ombro com um olhar terno me observando e enquanto dava alguns tapinhas reconfortantes em meu ombro eu me completava por dentro de uma risada sádica e hilariante, esse velho por anos me cobrou tanto quando eu pude dar, me punindo por cada vez em que eu ousava desafiar uma ordem dada por ele, até no dia que finalmente entendi que os amigos ficam perto, mas nossos inimigos devemos ter ainda mais perto até o dia de nossa vingança.

rei - Eu não tenho palavras para dizer o quanto me orgulho deste homem, sei que duvidei se um dia iria mesmo querer ele neste cargo, mas hoje vendo ele desta forma, tão atencioso, preocupado e amigo de cada um de nossa aldeia não me restam dúvidas que ele ama do fundo de seu coração todo este reino assim como eu amo.

necromante - Meu pai, eu nada seria sem um homem como você, orgulhei-me de ser metade do homem e rei que é..

rei - Meu filho, já me orgulho do homem forte e doce que se tornou. Será acima de tudo um governante amável e sábio para nosso Reino.

Uma gargalhada disparou dentro de mim enquanto eu apenas podia sorrir para o decrépito e abobalhado velho em minha frente com seu discurso tolo que de fato só me fazia desejar ainda mais tomar sua coroa e mostrar à ele o verdadeiro posicionamento de um rei a altura desse desprezível Reino. Mas assim que ele cessar suas tolices e tomar o líquido para o beijo da morte selar seus lábios, irei tornar esse podrido, acabado e nojento reino em uma forte guarda para me servir em minhas mãos gananciosas empreiteiras e suprir cada um de meus insanos e objetivos desejos.

necromante - Meu pai, o senhor e este Reino, são a razão pela qual vivo.

rei - E você, meu primogênito, é a razão pela qual me orgulho, minha criação sendo assim tão paciente, obediente e.. bem, é meu orgulho. 

Ergui minha taça e assim todos fizeram se levantando e erguendo as taças no ar enquanto eu via os olhos do velho começarem a lacrimejar, as mais puras lágrimas de crocodilo, assim como seriam as minhas após um gole de vinho.

rei - Um brinde!

Todos repetiram a frase e logo viraram suas taças em lábios tomando um servidor gole da bebida selecionada. Meu pai para meu prazer tomou quase toda a taça e em seguida começou a cambalear em passos tortos.

necromante - Pai? 

Fingi uma preocupação que de fato não existia e me segurei para não soltar uma estridente risada assim que o vi cair no chão já sem vida alguma. Pulei sobre a mesa e segurei seu braço checando sua pulsação por mera atuação e os guardas todos se aproximaram após fechar as portas de saída do salão.

necromante - Meu pai está morto, guardas, procurem nos bolsos de todos, ele foi envenenado por alguém aqui!

Absalon me olhou espantado e cogitei piscar para ele indicando minha falta de qualquer remorso pela situação. E assim os soldados por fim chegaram em Absalon pegando de seu bolso o frasco que claramente o incriminava.

capitao - Podem ter mais, continuem procurando.

E sem esperar os soldados foram até meus demais "capangas" encontrando em seus bolsos o mesmo frasco aquelas que eu havia plantado em seus bolsos sem ser percebido.

nobres - É mentira, o príncipe fez isso, ele quer nos culpar!

Gritou Garik sendo segurado por dois de meus soldados enquanto eu simulava um falso choro pela morte de meu doce pai morto. Fingi me ofender com suas palavras acusadoras porém verdadeiras e derramei algumas lágrimas falsas para dar ainda mais veracidade ao meu show.

necromante - Quero que executem todos eles, amanhã serão todos queimados na fornalha!

Começaram a gritar me acusando do crime que eu havia cometido de fato e os guardas foram os carregando para fora enquanto eu dava continuidade ao meu show teatral de pura dor e lamentação pela perda do velho gelado em meus braços. Agora, era absolutamente tudo meu, espero que onde esteja, abençoe meu reino, papai.. Ri internamente enquanto chorava externamente.

    a maldade desse cara tem limite?
até onde a crueldade humana é capaz  de chegar

O ROUXINOL  (ROTEIRO)Onde histórias criam vida. Descubra agora