Desespero...

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            Anastásia

        Cheguei ao hospital completamente desesperada, a ligação de alguns minutos atrás me tirou o chão, não era possível que aquilo estivesse acontecendo, não agora que estávamos tão bem e felizes, como ela conseguiu fazer uma coisa dessas? Como ela havia entrado em sua empresa? Essas eram perguntas que eu me fazia silenciosamente em meu desespero, eu estava muito nervosa e isso não fazia bem a minha bebê, mas eu não conseguia me controlar eu precisava vê-lo, ter a certeza que ele estava bem e que tudo isso tinha sindo apenas um susto, nada de ruim poderia acontecer a ele, não agora que estávamos prestes a ser pais, quando chego na recepção do hospital Mia é a primeira pessoa que eu vejo, ela vem em minha direção e me abraça forte, ficamos assim por algum tempo tentando encontrar forças uma na outra, quando nos afastamos, eu finalmente falo.

- Onde ele está Mia?- Ela me olha com os olhos cheios de lágrimas.

Christian

            Um pesadelo, só podia ser isso, eu não acreditava no que estava vivendo nesse momento, dentro do meu carro que essa louca, Leila parecia estar fora de si, apontando uma arma para a minha cabeça e me fazendo dirigir até um lugar que eu conhecia tão bem, sim ela estava me levando a um lugar do nosso passado, nunca me orgulhei das coisas que fiz com a Leila, eu sabia desde sempre que ela me amava e usava isso a meu favor, mas sempre fui sincero com ela, nunca escondi que ficava com outras mulheres e não escondi também quando me apaixonei por Anastásia e coloquei um ponto final no que tínhamos, quando a minha Ana teve que partir Leila ficou ao meu lado e me ajudou muito a tentar seguir em frente, eu sabia que ela fazia isso por que tinha sentimentos por mim e nós nos aproximamos devido a sua insistência, ela sempre soube que eu nunca esqueci Ana e em muitos momentos eu terminei com ela e preferi ficar só, mas ela sempre dava um jeito de se aproximar de mim novamente, quando a minha mulher voltou e eu finalmente soube o que a minha mãe e ela tinham feito eu fiquei em choque e com muita raiva, mas ela decidiram continuar aprontando e enfim tudo se resolveu e eu consegui a medida protetiva contra as duas, eu não queria ter chegado a esse ponto, mas foi inevitável.

         Chegamos ao nosso destino e eu desliguei o carro, vir aqui me trazia muitas lembranças do velho Christian, daquele que eu deixei de ser no momento em que conheci Anastásia, respirei fundo e pensei que deveria me manter calmo para sair inteiro dessa e voltar para a minha esposa e minha filha, olhei pelo retrovisor e ela me encarava.

- Desce do carro, mas deixa as chaves e o celular - Ela disse séria e eu sabia que não devia contrariá-la, fiz o que ela me pediu e quando desci do carro ela também desceu e apontou para que eu andasse, caminhei para aquele lugar tão cheio de lembranças e do antigo eu, fui andando e quando finalmente chegamos a grande arvore eu virei pra ela que chorava.

- Você lembra? Foi aqui que você me fez mulher, naquele dia tão especial, naquele dia eu tive a certeza que éramos pra sempre, mas você estragou tudo.- Ela disse e aquilo me atingiu como um soco, eu lembrava vagamente daquele dia, eu tinha bebido e nós ficávamos a algum tempo, Leila era virgem e eu a trouxe a esse lugar e nós transamos.

- O que pensa que está fazendo Leila? O que você pretende? Tudo o que nós vivemos ficou no passado, a minha vida é outra agora, eu sinto muito, mas eu não amo você.- Disse calmamente e ela sorriu em meio as suas lágrimas.

- Você mudou quando conheceu aquela mulher, eu sempre te amei, eu me dediquei a você, eu me entreguei a você de corpo e alma, como você não percebe isso? Tudo o que a gente viveu virou pó no instante em que você viu aquela mulher, você casou com ela e agora ela vai ter um filho seu, essa era a minha vida, a vida que eu sonhei pra nós dois e você estragou tudo.- Ela disse transtornada e eu me senti um pouco culpado pelo seu estado, ela não estava bem mentalmente.

- A gente não manda no coração Leila, eu sinto muito pelo cretino que eu fui com você, a vida toda não será o suficiente para me desculpar com você, mas eu amo Anastásia e eu nunca casaria com ninguém que não fosse ela, entende? tudo o que eu desejo a você é que você possa encontrar alguém e ser tão feliz como eu sou com a minha mulher.- Eu disse e ela ponderou um pouco, olhou ao redor e finalmente para mim novamente.

- Sabe, naquele dia em que você me fez sua pela primeira vez, eu jurei pra mim mesma que você seria meu eternamente, eu suportei tudo o que você fez comigo por um único motivo, no final de tudo nós finalmente ficaríamos juntos e seríamos felizes, com os nossos filhos, em uma grande casa e todos os dias você me diria que me ama e nós faríamos amor, como aquela primeira vez, mas como você estragou esse plano, nós vamos ficar juntos, mas de outra forma.- ela disse chorando e apontou a arma pra mim novamente, tudo foi muito rápido, ela engatilhou a arma e disse.

- Eu te amo- Ela falou baixinho e atirou, mas ao mesmo tempo ela foi atingida por um corpo, cai no chão devido ao impacto, o meu ombro queimava, eu olhei e a minha camisa estava vermelha de sangue, no chão as duas mulheres brigavam e eu me levantei com certa dificuldade e nesse momento ouvi o tiro, ambas estavam no chão, corri para mais perto e Leila tentava tirar o corpo de Grace de cima dela, vi a arma no chão e a peguei, a cena não podia ser pior a minha mãe no chão desacordada e Leila olhando para o seu corpo cheio de sangue, pouco tempo depois ouvimos as sirenes policiais e paramédicos por todos os lugares e eu sem entender muito o que tinha acontecido ali. Um policial pegou a arma em minha mão e Leila foi algemada, vi quando a minha mãe recebeu os primeiros socorros e tive até medo de perguntar como ela estava, fui colocado em outra ambulância e o meu corpo parecia anestesiado, tudo parecia acontecer em câmera lenta ao meu redor e eu só queria uma coisa, ver a minha mulher.

COMO SUPERAR O PASSADOOnde histórias criam vida. Descubra agora