Capítulo 1.

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/Hospital pediátrico/

-10 anos atrás-

-Não há cura. - O senhor do jaleco branco disse, sua voz grossa fez Izuku arrepiar. Aos oito anos, o garoto dos cabelos verdes foi diagnosticado com uma doença rara onde os seus ossos e músculos não foram devidamente formados, na região da mandíbula. Uma notícia avassaladora para a mãe do pequeno, já que a mesma sempre o via contorcer de dor ao tentar comer, cantar ou até mesmo falar. - Me perdoe senhora Midoriya, tudo o que posso fazer é indicar remédios para dor.

-O que...? Mas... - A mais velha chorava, chorava como uma criança com a notícia. Gaguejava incansavelmente entre soluços. - Como o meu filho vai viver assim?!

-Me desculpe senhora. - O médico abaixava a cabeça, em forma de respeito - Seu filho terá de fazer diversas consultas, precisamos fazer pesquisas até conseguirmos criar algum tipo de cura ou tratamento.

-Com licença moço, eu vou ter que ficar com aquelas faixas de novo? - O garotinho perguntou. Para que sua mandíbula não saísse do lugar ele sempre andava com uma faixa. A tal faixa passava por debaixo de seu queixo até a sua cabeça em voltas, assim impedindo que o garoto falasse.

-Vai sim, infelizmente. - O médico então se levantou de trás da mesa branca de escritório, logo então passando pela mãe e pelo garoto, bagunçando de leve os cabelos verdes do menor e depois caminhando até a porta. - Me perdoe, mais uma vez, por não podermos fazer nada.

-Dias atuais-

-Mochila... Ok. Cadernos e apostilas... Ok. - O esverdeado sussurrava para si mesmo, arrumando as coisas na sua cama bagunçada. - Espera... Tá faltando alguma coisa. - Ele olhou em volta, procurando algo que nem ele sabia o que era.

Andando para o lado de sua cama, sua escrivaninha era lotada de bonecos de seu herói preferido dos quadrinhos, o quarto era todo decorado com pôsteres de super heróis famosos.

Izuku abre a gaveta de madeira, encontrando o que procurava, então.

-Finalmente te achei, malditos remédios para dor. - Ele resmundou e jogou o potinho lotado de suas pílulas verdes de qualquer jeito na mochila, fechando o zíper e em seguida jogando a mochila preta nas costas.

Izuku saiu correndo do quarto, atropelando todas suas roupas jogadas no chão e batendo a porta quando passou. O garoto descia as escadas tão rápido que um passo em falso resultaria em uma queda violenta escada a baixo.

-Oi mãe! Tchau mãe! - Ele passa correndo pela sala, assustando a mais velha que deitava no sofá.

-Ei, ei, ei! Pra que pressa?

-To atrasado mãe! A faculdade me espera! - Ele dizia animado.

-Cuidado Izu! Lembra de tomar seus remedinhos, não fale demais e...

-E se eu sentir que isso não ajudou, colocar a faixa. Eu já sei, mãe! Eu estou bem, sei me virar! - O esverdeado dizia enquanto batia levemente os pés no chão pela ansiedade, logo correu para dar um beijo na bochecha da mãe e depois foi em direção a porta. - Até mais!

-Até mais...

Andou alguns quarteirões até avistar pessoas de sua idade com uniformes já conhecidos. A escola U.A era bem famosa na região por ser uma das melhores instituições de ensino. Mas as pessoas eram normais demais, nada de interessante vindo de ninguém dali; não acostumados com o diferente, para as pessoas era estranho ver o garoto de cabelos verdes com a cabeça enfaixada, então Izuku sempre evitava usar as faixas enquanto estivesse na escola.

PERFECTIONISM // BAKUDEKUOnde histórias criam vida. Descubra agora