Capítulo 8.

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/Katsuki/

Eu queria saber. Como Izuku conseguia seguir em frente depois de tudo o que passou? Se fosse comigo eu não confiaria em mais ninguém, e mesmo assim ele seguiu escondendo tudo isso.

É... Eu estava preocupado.

Eu não sabia o que falar para ele, mas espero que eu tenha ajudado de alguma forma. Quando ele me abraçou eu entrei em pânico, ele ficou tão pequeno nos meus braços que eu tinha medo de quebrá-lo se o envolvesse.

Nós ficamos ali conversando durante a madrugada, depois de alguns minutos nós conversávamos sobre coisas aleatórias e então aquele clima triste e tenso já tinha ido embora.

-Bakugou. - Ele me olhou, bagunçando meus cabelos. - Seja um bom anfitrião e vai fazer algo para eu comer, vai.

-O que?! - Eu gargalhei. - Larga de ser preguiçoso!

-Eu não conheço sua casa! - Ele cruzou os braços e mexeu um pouco a cintura, arregalei meus olhos quando senti algo no meio de minhas pernas. Quando olhei para baixo vi que Izuku estava sentado em meu colo, provavelmente foi quando ele se jogou jogou mim. Estávamos tão focados na conversa que não reparamos que ficamos conversando esse tempo todo daquele jeito.

Eu estava sentado com as pernas dobradas e Izuku estava realmente sentado em mim, ele encostava as costas nas minhas coxas, que impediam ele de chegar para trás. Eu encarava as pernas dele focado, para tentar ao máximo não ter uma ereção naquele momento. Quando olhei para o rosto de Izuku ele finalmente olhou para onde estava e arregalou os olhos, seu rosto ficou vermelho em tempo recorde e ele levantou.

-Quer saber?! Eu... Vou lá... Pegar o meu lanche! - Ele riu tímido, saindo pela porta.

Quando aquela pressão no meu colo foi desfeita eu pude respirar fundo sem me preocupar. Me levantei e verifiquei se não havia algo diferente no meio de minhas pernas, mas estava tudo disfarçado pela minha calça larga de moletom.

Sai do meu quarto e andei pelo corredor, rindo quando encontrei Izuku perdido pelo caminho.

-Vem cá, a cozinha é por aqui.

-Eu disse que não conheço a sua casa, é enorme!

-Nah. Você que é lerdinho demais. - Cheguei até a porta da cozinha e me escorei na parede vendo ele passar. - Pode pegar qualquer coisa.

-Hmm... - Ele colocou a mão no queixo enquanto olhava o armário cheio de coisas.

-Você não sabe o que é nada disso, não é?

-Eu não tô acostumado com comida de gente rica! - Ele gritou, me fazendo rir.

-Toma, você já deve ter comido pão. - Entreguei a ele uma sacola com dois pães.

-Valeu! - Ele puxou um pão francês e colocou na boca.

-Vai comer pão puro?! Nada de manteiga ou coisa assim?

-Ah. - Ele riu, tampando a boca enquanto comia. - Eu nunca comi pão com outras coisas.

-Puta merda. - Puxei da mesa uma cadeira e joguei no centro da cozinha. - Senta aí, e me dá esse pão, você vai ver como é delicioso.

-Vai cozinhar pra mim? - Ele riu.

-Não fode.

Sorri ouvindo as risadas dele e comecei a ligar o forno, pegando uma panela e jogando ali dois ovos e umas tiras de bacon. Enquanto eu cozinhava, Izuku me observava sorrindo provavelmente ansioso para comer. Terminei de fritar os ovos e o bacon, colocando em um prato grande e fechei o pão com queijo na bauruzeira. Coloquei tudo organizado em um prato grande e ergui o braço segurando o prato como um garçom, levando até a mesa e deixando na frente de Izuku.

PERFECTIONISM // BAKUDEKUOnde histórias criam vida. Descubra agora