Capítulo I

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Pov. Felícia

Me olho no espelho pra ver se está tudo no lugar certo. Meu vestido preto liso de alças finas com um leve decote em V colado ao corpo quase como uma segunda pele,  vai até o meio da minha coxa, uma jaqueta jeans branca curta e um tênis branco confortável já que pretendo deixar minha alma naquela pista, uma maquiagem simples mas marcante com olhos esfumados com um marrom, um delineado estilo gatinho bem puxado e um batom vermelho, meus cabelos pretos soltos com cachos que vão até minha cintura completam meu visual. Pego uma bolsa média da Chanel também preta e saio do meu quarto.
Se tem algo que aprendi nessa vida de festas e bebedeira é, coma bem antes de sair ou passe mal depois, claro que isso só descobri após cinco porres e meu irmão brigando comigo no dia seguinte.

— Vai sair de novo filha? - meu pai perguntou assim que passo porta da cozinha e vou até a geladeira pegar uma fatia generosa de torta de frango. — Hoje ainda é quinta-feira Felícia e amanhã você tem que ir a empresa pra saber que setor vai querer estagiar.

— Pai, relaxa que as 8:00 em ponto estarei lá ok?. - digo para ver se ele não enche meu saco agora. Meu pai é dono de uma empresa especializada em jóias exclusivas, ele quer que eu comece a frequentar a empresa para aprender como funciona, e quem sabe, assuma seu lugar. Quem sabe né.

— Você precisa começar agora se quiser dominar a arte da empresa que será sua no futuro. - ele continua falando o mesmo discurso. — Faz quase um ano que você se formou na faculdade e que.....

— Melhor parar de falar agora pai. - perdi a pouca paciência que tenho, ele sabe que não gosto de lembrar nem falar sobre essa época. — Eu preciso ir.

Saio de casa sem esperar que ele diga mais nada, pego um táxi e vou até o centro onde se encontra as melhores boates da cidade, se antes eu já queria  sair e dançar agora quero mesmo é beber até esquecer meu nome.

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Já não aguentava mais ficar de pé com essas pessoas esmagando meus pés e deixando meu tênis, antes branco em uma cor indecifrável, sem contar que já tinha bebido mais que meu limite, e olha que sou forte para bebidas, resolvi sair um pouco e pegar uma ar e, quem sabe voltar e beber mais um pouco.
Meu plano era apenas relaxar um pouco antes de enfrentar a nova fase da minha vida, assumir as responsabilidades que adiei por tanto tempo. Sempre sonhei em trabalhar na empresa da família e desenhar coisas lindas que contam histórias, foi por isso que estudei designer e gemologia. Mas nem tudo saiu como eu esperava. Suspiro e deixo as lembranças para trás.

Encostada na parede em frente a boate vejo muitos casais se pegando e isso incomoda um pouco, não que eu queira me envolver com alguem mas, nao opreciso ficar vendo isso. Me afasto mais um pouco, ao lado tem um beco que vai até uma avenida movimentada mas resolvi não me arriscar e fico no começo dele apreciando o vento gelado que vem.

Já estou aqui a uns 5 minutos quando escuto uns barulhos vindo de algum lugar do beco, me escondo pra ver melhor o que acontece, provavelmente um casal se pegando ou algo do tipo. Mas, esse foi meu maior erro. Um pouco mais a frente tem um grupo de homens, que mais parecem gorilas de tão grandes, espancando um cara jogado no chão. Sabia que devia sair o mais rápido daqui mas minhas pernas não me obedeciam, meu corpo estava tremendo como vara verde quando aparece outro homem trajando um terno de aparência cara e uma postura que diz que quem manda ali é ele, assim que se aproxima posso vê-lo sacar uma arma e dizer algo ao cara jogado no chão antes de atirar três vezes, antes que eu possa impedir um grito de susto e horror sai dos meus lábios atraindo a atenção de todos que estão ali e quando eles vem em minha direção corri para dentro da boate novamente, com sorte eles não viram meu rosto e posso me misturar no mar de corpos que dançam na pista. É isso ou ter o mesmo fim daquele cara e sou nova de mais e gostosa de mais para morrer assim, ainda preciso realizar muitos sonhos antes de morrer.

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Pov. Ryan

Olho mais uma vez para o arquivo a minha frente tentando encontrar uma maneira de pegar esse desgraçado de merda, faz quase três anos que assumi o posto de delegado e a um ano que recebi a missão de pegar esse traficante. Por culpa dele minha filha irá crescer sem uma mãe.

Suspiro me encostando em minha cadeira fechando os olhos pensando em relaxar um minuto antes continuar a ler o arquivo quando meu celular toca e aparece a foto da minha princesa na tela, Kym pode ser apenas uma criança mas é muito esperta para sua idade então lhe dei um celular como presente e claro, forma de saber onde está quando estou no trabalho, pode parecer paranoia mas preciso protegê-la de todas as formas que eu puder.

Saio de meus pensamentos quando o celular volta a tocar então atendo antes que ela fique preocupada.

— Oi princesa do papai. - posso ouvir sua risadinha infantil e isso é o bastante para me fazer relaxar. — O que essa linda princesa deseja desse velho e pobre plebeu e, se me permite perguntar, por que ainda está acordada?. - pergunto já sabendo o que ela quer, o bolo de chocolate da nossa confeitaria preferida.

— Papai, o senho não é velho. - sorrio do seu jeitinho autoritário de falar. — E você sabe o que eu quelo, já tá chegando tô com fome?. - não tem como não rir dessa coisinha mandona então decido encerrar por hoje e ficar com meu bem mais precioso que deveria estar dormindo.

— Eu já vou pra casa querida… - uma batida na porta me traz de volta ao mundo real e lembro que ainda tenho que terminar um relatório. — Assim que eu terminar esse relatório estarei ai com nosso bolo e poderemos continuar com nossa historinha ok? Agora papai precisa trabalhar minha princesa. Entre! - digo assim que desligo o celular e vejo meu amigo passar pela porta com sua postura de " eu sou o cara " e se sentar em uma das cadeiras em frente minha mesa.

— Diz logo o que quer, preciso ir pra casa com o bolo da Kym. - falo para ver se ele deixa de enrolar, posso ver um sorriso em seu rosto quando falo dela. — Você sabe que ela não gosta quando demoro e que eu odeio enrolação

— Chegou uma garota em um táxi todo baleado. - diz depois de um suspiro. — Acredito que você precisa estar presente no depoimento dela...

— Você pode fazer isso sem mim Matt. - o que eu quero é ir pra minha casa e ficar com a minha filha.

— Ryan, sério, você precisa ir lá, já pedi para verificarem se o que ela diz é verdade… - faz uma pausa como se quisesse usar as palavras certas. — Pode ser mais uma pista do nosso cara.

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Repostando pois nosso querido wattpad bugou e apagou meu bb 🙄

Ryan - Meu Delegado  (Repostando)Onde histórias criam vida. Descubra agora