Stella Pov
Sentia a mão de Carter nas minhas costas, sobre o seu casaco enorme que ele tinha colocado em mim quando entramos no seu caro carro me guiando pelos brancos e vazios corredores.
Esse dia estava sendo no mínimo estranho.
Após o acontecimento no vestiário que me fez querer chorar igual a um bebê as duas pessoas estranhas que agora eu conhecia como Carter e Meghan realmente me trouxeram ao hospital.
Meghan era um rosto familiar pelas revistas de moda que eu consumia, além de ter seu rosto estampado em enormes telões e lojas pela cidade. E depois de alguns minutos do lado de Carter com várias pessoas o cumprimentando como "Kavanagh" deduzi que ele simplesmente fazia parte da família importante e muito conhecida na cidade que comandava o grupo "KAV", sigla que nomeava o pequeno grupo de pessoas que comandavam multinacionais e negócios bilionários.
Eu já tinha trabalhado em vários eventos de algumas empresas e instituições que tinham esse nome envolvido mas tenho certeza que nunca cheguei a vê-lo pessoalmente.
Toda sua família era muito discreta e eu não sabia muito sobre Meghan também, ela deve ter uma família influente mas tudo o que eu sei é que ela é uma modelo.
Eu tinha cortado o meu braço e nem mesmo tinha percebido. Olhei pro tecido que estava pressionando o corte e encarei as mãos de Meghan perfeitamente bem cuidadas e com anéis que resolveriam toda a minha vida enquanto refletia.
Porquê eles estavam se preocupando tanto? Carter ficou perto de mim o tempo todo e Meghan era com certeza a pessoa mais carinhosa que eu já tinha conhecido.
Mas, eles eram um casal, certo?
Eu via como eles se olhavam, eram carinhosos e afetuosos um com o outro e se percebia de longe a química que eles tinham.
Eles queriam me levar pro hospital mais caro na cidade mas nem em sonho eu daria conta de pagar. E pra fazer alguns simples pontos no meu corte eu não gostaria menos do que mil dólares.
Então eu os fiz vir no hospital onde eu tinha meu plano de saúde. Era relativamente um bom hospital e eu só tinha conseguido o plano por causa dos projetos sociais que eles ajudavam.
Chegamos na recepção e eu me registrei. Falei o motivo pelo qual eu estava ali e fui conduzida até a clínica, que era onde pessoas com lesões leves iam e ficava no andar de cima.
— Stella? Tudo bem? — Ouvi a voz masculina familiar e olhei pra trás antes de entrar no elevador.
— Oi Dr. Thomas, como está? — Dei um sorriso mínimo.
Senti a mão de Carter deslizar pelas minhas costas parando na minha cintura em um aperto firme e franzi o cenho.
Thomas comprimentou rapidamente as duas pessoas que estavam comigo recebendo comprimentos curtos. Ele pareceu os reconhecer mas logo voltou seu olhar para mim.
— Eu estou bem. Pensei que só ia ver você na semana que vem mas pelo jeito você quis aparecer antes. — Falou bem humorado.
Dr. Thomas era um dos médicos gerais do hospital e era ele que me acompanhava. Eu tinha consultas regulares de três em três meses e a próxima seria na semana que vem.
— Bem, não foi uma coisa planejada. — Fiz careta. — Mas não foi nada grave. — Sorri.
— Que bom. — Olhou em seu relógio. — Preciso ir agora. Não se esqueça da consulta e me fale se pensou no tratamento que recomendei. — Tchau senhores, tenham uma boa tarde. — Falou educado e saiu rapidamente quando seu aparelho apitou mais uma vez.
