2020, Norte da Espanha

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Essa história não tem compromisso com a realidade.


Isabel, Chan e Miguel caminham por uma rua coberta de pedras. Isabel carrega uma mochila jeans e arruma os cabelos, mesmo sabendo que Miguel gosta deles soltos. Miguel adora quando a luz do sol bate nos cabelos de Isabel e o que é marrom, passa a ter reflexos de chocolate. São mais bonitos ao natural. Miguel não gosta quando Isabel pinta os cabelos de vermelho. Pelo menos havia essa vantagem em manter Isabel no internato, todos tinham a impressão que podiam controlar Isabel. Miguel também desarruma os cabelos, para ter o ar rebelde que Isabel gosta.

Chan observa os dois e como cada gesto de Isabel influencia nos movimentos de Miguel. Ele carrega uma mochila para notebook e puxa uma mala, e Miguel carrega uma mochila de couro e uma sacola, com as coisas de Isabel. Ao se aproximar do portão, Chan toca a campainha. Ele pensou que seria como o laboratório, mas é só uma casa, muito bonita. O tempo passa e Miguel fica impaciente.

Miguel: "Ela não está nos esperando?".

Chan: "Ela não foi embora, com certeza".

Isabel: "Eu não gosto do plano de vocês. Entendo os motivos e me preocupo com os outros, mas o doutor é muito poderoso".

Chan: "Você estava lá, a Polícia vai ajudar".

Miguel: "Eu vivo na mesma casa que o doutor, que só fala dos trabalhos sociais, das expedições arqueológicas, das exposições, é um homem muito importante na sociedade, não faz sentido a nossa desconfiança, mas a Polícia precisava saber que o doutor pediu que uma moça fosse até um lago para a realização de um ritual em que o sangue dela será usado por uma sociedade. A Polícia vai verificar se isso já aconteceu antes e vai impedir que aconteça com outra garota".

Isabel acha engraçado Miguel gostar do doutor, mas desconfiar dele e o denunciar à Polícia mesmo assim.

Chan "Me incomoda não saber nada sobre essa sociedade, que financia muitas pesquisas e expedições do doutor e não quer nada em troca. Por que o doutor não tirou o sangue de Isabel e o entregou? Por que ele viajou sem se despedir de ninguém?".

Isabel: "Eu não fui adotada para ser usada".

Miguel: "A Polícia vai resolver tudo".

O tempo passa e Chan toca a campainha. Isabel olha as casas em volta e percebe que não há movimentação na rua. Se não fosse pela insistência de Redford, para que eles fossem discretos, teriam ido até ali de táxi, logo que deixaram a Estação de trens. Vir de Barcelona de trem tinha sido muito divertido, mas ir à pé da estação até ali lhes custou mais de uma hora de caminhada, mas estavam satisfeitos em conseguir chegar, mesmo exaustos. 

O filho dos anjosWhere stories live. Discover now