Hank Voigth

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Viver num mundo preconceituoso é horrível, infelizmente isso é a nossa realidade. Mas eu acho que quem mais sofre são as mulheres, porque além de sofrer racismo há o fato do machismo e do assédio, a sociedade fecha os olhos para isso, agora imagine uma mulher negra, vinda do sul de Chicago, de uma área onde só há gente ruim, virar uma policial.

Não só uma policial mas uma Sargento, o preconceito é mais pesado, não estou generalizando, só estou dizendo que é mais difícil. Se pra uma mulher entrar na polícia é difícil, imagine uma mulher negra se tornar Sargento.
S/n William's passou pelo inferno pra poder estar nesse cargo. Essa mulher já engoliu tanto sapo que você não pode nem imaginar, ela não podia rebater as provocações ou as piadinhas.

Era azul contra preto.
Polícia contra os negros.

E ela estava no meio disso, óbvio que ela nunca foi contra suas raízes, sempre defendeu e debateu sobre isso com seus poucos colegas que era da polícia.

Hoje era mais um dia em que havia o protesto, tudo isso foi casado por um policial branco, que "acidentalmente" atirou num garoto negro de quinze anos. S/n sabia que aquilo não foi um acidente, o policial que puxou o gatilho já fez parte do mesmo distrito que ela e eles já bateram muita boca, ela quase deu um soco no babaca uma vez.
Então, pra tentar manter a paz entre a polícia e os civis, S/n resolveu ir para o meio da multidão, ela não estava fardada, seu distintivo estava escondido por conta da blusa larga e sua arma estava bem guardada.

— Isso não vai dar certo.. Billy, quero que vá até aquele lado tente manter o pessoal calmo. Se isso aqui virar bagunça, eles vão reagir.

Falou para o amigo, enquanto apontava para a barreira de policiais que se formou, pra tentar impedir que os manifestantes entrassem no tribunal, onde estava havendo o julgamento do policial.
Só que o que S/n não sabia que estava sendo observada, ela estava de costas e virou quando sentiu uma mão em seu ombro. Eram dois policiais, pareciam novos e pelo distintivo eram do 21.

— Em que posso ajudar policiais?
Xx: Preciso revistá-la.
— Como?
Xx: A senhora bate com a discrição de uma mulher que está envolvida na confusão de ontem.
— Os senhores não podem me revistar, pela lei eu só posso ser revistada por uma mulher.
Xx²: A negrinha conhece as leis.. deve usar essa desculpa pra todos. Vamos!

Pegou ela pelo braço, e os policiais guiaram ela até uma viatura, S/n não falou nada ela poderia dizer que era uma policial ou até mesmo usar sua patente, mas ela não faria isso. A morena sabia para onde iria e quando chegasse no distrito daria uma bela lição de moral nos policiais.
Ela foi o caminho todo calada, ouviu as gracinhas dos patrulheiros e por pouco ela não deu voz de prisão nos dois por abuso de poder e desacato à uma autoridade.

Xx: Vamos docinho.. tá na hora de ir pro xadrez.
— Vão me prender sem provas?! Ei! Eu não preciso de algemas, não estou resistindo.
Xx²: Só cala a boca e continua andando!

Falou assim que colocou algema mulher, S/n entrou no distrito com a cabeça levantada e assim que parou enfrente ao balcão, uma amiga de longa data lhe reconheceu.

Sargento Trudy Platt.

Platt: Mas que me..

S/n disfarçadamente fez um sinal para que ela não falasse nada, que entregasse sua patente.

Platt: O que estão fazendo aqui patrulheiros?! O centro da cidade está fervendo e vocês estão aqui.
Xx: Encontramos a mulher que está envolvida na confusão de ontem, então resolvemos trazê-la pra cá.
Xx²: Ela estava no protesto Sargento, talvez estivesse planejando fazer outra confusão.
Platt: E então vocês resolverem prendê-la e trazer pra cá..
Sinto muito informá-los mas Sara Johnson já está presa.

One Chicago(Concluída) Onde histórias criam vida. Descubra agora