Prólogo

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Agora

Nunca tive tanta certeza de algo em minha curta, mísera, insignificante e hedionda existência como tenho agora, nesse exato momento.

Ele.
Jonathan.
Jonathan Connor.

Por mais inusitado que seja uma coisa é completamente evidente. Agora por mais cruel que seja e me custe admitir sequer para mim mesma, temendo o efeito que isso ainda pode me causar eu tenho finalmente coragem de enfrentar a verdade. Afinal mesmo que eu tentasse fugir eu não podia negar algo que viesse com tanta força e impacto como ele.

Com todas as suas forças e da forma mais pura que pode existir... ele odeia!

Jonathan me odeia e odiará para sempre.

Após o o presente dia decretado como hoje Jonathan me ODIARIA para todo o sempre!

Sua iris profundas e olhar marcante sempre foram tão fáceis de fazer qualquer um se perder.

Inquietude, intriga e confusão.

Era sempre isso que eu sentia quando meus olhos encontravam as orbes de cor semelhantes a uma tempestade de inverno tão forte que poderia destruir qualquer um que ousasse confrontar-la.

Era mais que óbvio que só um completo maluco ousaria enfrentar o caos e todos os sinais de avisos negativos que seriam cruzar o caminho do dono dos mesmos olhos que nesse momento estão fixos em mim repelindo uma raiva de maneira tão obscena que chega a ser violenta e de repulsa imensa.

Ninguém se tinha atrevido a chegar tão perto do caos que Jonathan era.

Ou melhor ninguém até eu chegar e quebrar esse limite sem nem ao menos temer as consequências do meu ato movido por minha impulsividade.

Mas é claro que eu não me contentei somente em quebrar essa linha, eu cheguei mais perto do que devia. Eu  não me contentei somente em chegar perto do seu caos Jonathan, você sabe que foi mais que isso.

Você sempre soube que seria mais que isso e por esse mesmo motivo em segredo continuava me puxando para perto. — Mas diferente de mim você estava completamente ciente das consequências — Eu não me contentei e além de chegar perto do mundo em ruina que caia em sua volta fiz de tudo para adentrar nele o fundir com o mundo enorme que também desabava em mim e que eu já carregava.

E hoje tal como a última lágrima que cai de meu rosto percorrendo o caminho húmido e cheio de fuligem por minha bochecha cai tudo que nos restava completamente.

Penso em como a última vez que chorei foi no dia que te conheci.
E penso agora em como é uma bruta e estúpida coincidência chorar pela última vez que o verei.

Fogo e fumaça se abrigam no edifício em chamas a sua trás e ele mal olha para contemplar meu rastro de destruição semelhante ao que foi o restante de nosssos dias.

Ele volta-se para mim enquanto o polícia o debruçava contra o capô do carro e prendia seus pulsos com violência o julgando como culpado de algo que eu mesma havia sido responsável.

Jonathan me odiava.
Me odiaria para sempre.
E não havia nada que eu pudesse
fazer a não ser odiá-lo de volta.

Porquê eu o trai da pior forma possível, assim como ele havia feito comigo.

Da pior forma possível...

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