Capítulo 4: A garota

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A cidade

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A cidade. Ela.
O cenário perfeito.
Ela fazia o cenário perfeito.

Ela o criava, estando caminhando em bicos dos pés na beira daquele precipício brincando com o quão valiosa era a vida dela e a medindo como se fosse um nada.

Ir embora era uma ordem, a porra de uma ordem que eu estava pouco me fodendo em cumprir, mesmo que ela tenha sido muito clara quando recitou suas palavras para mim com uma determinação e fúria eu estava pouco me importando.

Eu não dava a mínima.

Tal como a garota que acabava de me trazer a força para o precipício mais alto e solitário de Riverside acabava de me expulsar como se o que tivesse acabado de acontecer não fosse no mínimo importante e se igualasse a algo irrelevante.

Outro nada. Eu detestava a forma como tudo vindo dela era caótico e preocupante e detestava ainda mais ela não se importar e fazer tudo parecer insignificante e sem importância alguma.

Ela havia roubado minha moto, MINHA MOTO?!! Quase morremos inúmerosas vezes, para no final de tudo ela olhar nos meus olhos com um vazio sombrio e me expulsar? Quem ela pensa que é?!

— Ei! — Gritei causando um eco violento sobre o tom grave e rouco de minha voz que quebrou o silêncio entre nós ao mesmo tempo que meus passos na sua direção vão quebrando a mesma distância.

Ela não moveu sequer um músculo perante minha reação, é como se nada a afetasse, se nada do que eu fizesse... não importa o que seja, não era digno da sua atenção.

O vento gélido levou seus fios de cabelo definidos em cachos para longe de seu rosto me permitindo contemplar melhor as feições únicas de seu rosto moldado em traços suaves mas de uma presença notável e marcante.

— Volta aqui!

Avanço rápido mas com cuidado para a mesma que ainda não se move. A mesma diante do precipício e diante de dar um passo à trás para vida e outro em frente para a morte.

Outra rajada de vento vasculhou nossos corpos cansados e eu estreito os olhos para enxergar seu corpo em movimento novamente em volta da beirada do precipício.

Mas que merda ela está fazendo?!
Quem é essa garota?!

Ela parece não se importar tanto com o perigo, na verdade parece usá-lo para se divertir e enxergar certo prazer nele — Tal como fez comigo antes — Ela encontra prazer na adrenalina que isso causa nela e o pânico que gera em mim.

Aquela garota seja ela quem for... adora tudo isso, ela vive para a adrenalina e confronta o medo.

— Eu mandei — Cerrei os punhos e vociferei com tensão e raiva no mesmo instante que seus olhos profundos me encararam refletindo o reflexo do luar sobre nós.

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