O caminho para o fim.

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Toda vez que você chega nesse momento você trava, sua mente já está automaticamente programada para não te dar acesso nesse momento que para você se tornou indescritível! Mas, é nesse momento que precisa ultrapassar esse muro, precisa encontrar brechas para se assegurar e subir nele para atravessa-lo.

Eu não consigo...

Eu sei que você consegue e eu sei que você precisa colocar para fora esse ponto do acontecimento, isso vai te corroer pelo resto da vida se não conseguir agora! E lhe garanto, não será nada bom para você, tente se libertar mentalmente disso e não se culpe por tudo que aconteceu, essa é a pior armadilha.

Tudo bem, tentarei...

Você consegue, continue.

Eu estava contando cada minuto até chegarmos no aeroporto, eu estava mais aflito do que ela sem saber o que estava ou iria acontecer, ela continuava abaixada e eu procurando por onde a minha intuição se mostrava; e foi naquele momento que eu vi o carro em nossa direção, o baque foi rápido e certeiro. O táxi foi atingido, eu apaguei, voltei em consciência ainda dentro do táxi que estava capotado, olhei para o lado e Robyn não estava no lugar dela, os vidros quebrados, o sinto frouxo, sangue, fumaça e logo gritos do lado de fora, pessoas tentando me acordar mas eu já estava acordado, o motorista falando comigo pelo lado de fora do táxi todo arranhado e ensanguentado e minha visão turva foi direto ao corpo dela sem vida no asfalto. Sirenes de ambulâncias, o carro que ficava do outro lado da rua do nosso apartamento, o rosto do homem sorrindo malicioso no meio da multidão logo sumiu diante aos vários rostos dos demais curiosos ao acidente que logo ficaram embaçados  e antes de desmaiar eu apenas consegui gritar pelo nome dela, pelo nome da minha namorada, gritar pela Robyn.

Acordei no hospital totalmente atordoado chamando por ela, gritando por ela, não lembrando de nada que aconteceu, olhei para o lado da sala e pendurado havia vários raios x da minha cabeça, tórax, mãos, pernas e logo o médico entra. “Você quase morreu senhor Otávio, acalme-se você ficará atordoado devido os medicamentos que tomou, você teve uma lesão na cabeça grave devido o bater no vidro da janela do táxi que estava, lembra?”. Não! Cadê minha namorada? Cadê a Robyn?. Senhor Otávio, lamento lhe dizer, mas sua namorada faleceu no caminho para cá, ela sofreu vários traumatismos decorrente ao acidente, mas preciso, ela morreu de traumatismo craniano à caminho do hospital. Fiquei estático por vários minutos, ainda ficaria no hospital por mais uma semana, nesse meio tempo avisaram meus pais e avisaram o pai da Robyn que estava em um culto; logo ficou transtornado e me culpou por tudo, minha mãe chegou em dois dias e logo foi resolvendo sobre minhas coisas no hospital, minhas passagens e da Robyn, remarcaram minha volta e reembolsaram a diferença dela, esperamos os dias restantes para minha alta. Quando voltamos para casa me recuperei e tentei seguir minha vida o que foi extremamente difícil, mas, fui seguindo.

Que bom que você conseguiu ultrapassar o muro, sabia que conseguiria! Você ainda vai sentir muitos sentimentos ruins, mas não os alimente, apenas ignore em constante evolução; o ser humano tem fases de superar o luto de alguém importante e isso você saberá identificar.

Não terei tempo para elas, lhe darei essa certeza.

Ótimo! Se precisar desabafar, sabe onde me encontrar.

Com toda certeza doutora! Até breve...

O Preço do AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora