Prólogo

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-Mamãe, eu posso ir? Por favor, por favor! - Claire juntou as mãozinhas para Sarah.

- Filha, mamãe está atrasada, desculpe. Amanhã nós vamos, tudo bem? - Sarah deu um sorriso mínimo, vendo a expressão triste e confusa da filha.

- Ah, mas mamãe...

- Filha,é sério. Amanhã voltamos, agora vamos, papai está nos esperando.

Sarah puxou Claire pelo aeroporto, enquanto o avião de Simon descia pela esquerda das duas.

Claire olhava para os lados, observando o jeito das pessoas, modo de andar, a cor da pele, dos cabelos, como estavam vestidas. Observava como chorava alto o menino que deixou a bola do sorvete cair no chão, riu quando uma senhora discutia com a parede em que havia esbarrado.O homem de capuz que estava atrás dela a seguia , com suas malas nas mãos. Era alto, da pele parda, e a touca não permitia que seu rosto fosse visualizado por ninguém. Andava tão suavemente que parecia flutuar sobre o chão. O pedaço de pele das mãos que apareciam segurando as alças das malas,eram tatuadas com vários símbolos que Claire não conseguiu entender.

"Atenção, senhoras e senhores, houve um problema técnico com nossos geradores, e eles serão forçados a desligarem nas próximas duas horas. Logo voltaremos, não se preocupem, os aviões continuarão embarcando os demais passageiros"

Claire ouviu o suspiro de irritação de Sarah, e quis consolar a mãe, mas nada podia fazer. Até porque não havia um motivo tão forte assim. Sarah ligou a lanterna de seu celular e prosseguiu com a filha. Claire já não via mais o homem encapuzado, mas quando virou para frente bateu em uma parede, e com o impacto, caiu.
Sarah se virou com uma expressão estranha no rosto.

-Filha, o que foi?

-Eu caí, mamãe, essa parede... ai...- Sarah esfregou a cabeça nas mãos.

-Mas Claire, não tem nenhuma parede aí.

Claire abriu os olhos azuis e olhou em volta, realmente, não tinha nenhuma parede em sua frente. Mas no que ela havia se esbarrado?
Sentiu um odor forte impregnando suas narinas, e começou a gritar de dor. Sarah não ouvia, mas Claire sabia que estava gritando alto o suficiente para que os outros que estavam voando no avião ouvissem. E o tom escuro da noite ficou mais escuro quando ela desmaiou, batendo fortemente a cabeça no chão.

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