- Bem aqui estamos... - Falou em frente ao chalé da suspeita.
- Você bate na porta.
- Por qual motivo eu deveria fazer isso, * ? - Naoto questionou confuso.
- É um ponto estratégico meu, e eu também não gosto muito de conversar com pessoas. Sou mais da resolução.
Naoto suspirou com a derrota e fez o pedido da investigadora. Uma senhora de cabelos esbranquiçados abriu a porta e manteve uma cara séria e nada boa.
- O que fazem aqui? Tenho certeza que não temos nada suspeito ...detetives. - Disse desdém.
Olhou para a colega ao lado que não havia se pronunciado até o momento.
- Apenas gostaríamos de entrar um pouco. Estamos fazendo uma varredura pelas casas da vizinhança, aliás não tem porque você apontar alguma coisa suspeita se não é uma, estou correta? - Simpatizou com um sorriso.
Adentraram ao chalé da suspeita, não parecia ter nada demais. Continha algumas caixas empacotadas entre outras desorganizadas, mas nada que Naoto fosse perito suficiente para achar duvidoso. Uma casa normal; Contudo detetive Holmes era uma pessoa com imaginação.
A imaginação é mais importante que o conhecimento, porque o conhecimento é limitado, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro.
Com essa fértil mente é possível criar diversas possibilidades de cenários. Até mesmo um de crime. As crianças costumam ter criatividade e sucesso no aprendizado graças a funcionalidade do cérebro que avança através da imaginação.
Com imaginação fácil se gera uma intuição forte. Com uma intuição forte mais um ponto para estar perto da verdade. É assim que a mente de Holmes funcionava.
Enquanto Tachibana procurava por cantos algum resquício de sangue, armas, os olhos de * focavam fixamente em um charuto em cima da mesa de madeira.
- A senhora não recebe visitas? - Perguntou tendo um “não” como resposta - Então, você gosta de charuto? Não imaginava.
- É-é de fato. Algo que não saio contando para todos, mas sim, tenho um forte vício aliás.
- Certo. Acho que está bom por aqui senhora, se acharmos algo suspeito na vizinhança nos avise. Estamos aqui para zelar a segurança do cidadão. Até mais.
Saiu rapidamente do ambiente e foi até a estrada de terra não muito longe. Naoto atrapalhado seguiu-a embaraçado. Seria só isso de pistas?
- Infelizmente não conseguimos nada. É uma pena mesmo. - Naoto contou decepcionado.
- Como assim nada? Não está óbvio? Analisei bem aquele charuto em cima da mesa. Era de um homem, e ela disse que não recebia visitas o que logicamente já sabemos que era mentira.
- Como pode dizer que era de um homem? Isso não seria dar um tiro no escuro?
- Obviamente era. Vamos aos fatos, mulheres tradicionais e conservadoras não fumam charutos, a um tempo atrás isso era considerado um crime, onde já se viu uma mulher fumando? Eram assim que pensavam e parece que nossa suspeita é exatamente do tipo conservadora apenas pela sua declaração e roupas. Já que ela também é mais velha que nós.
- Tem razão. Ela também não pinta o cabelo, e de certa forma parece ter um esteriótipo conservador. - O de cabelos escuros conclui a ideia.
- Continuando, isso afirma que logo era de um homem. Continha algumas marcas no charuto, notou? - Negou com a cabeça, ao menos Naoto nem tinha notado o charuto - Aquilo era uma marca notável de alguém com dentes caninos, bem afiados, ao contrário dela que não possuía. Outra coisa também eram as marcas, já foi usado várias vezes, e ele é acendido por um isqueiro. Já que apenas um isqueiro poderia deixar com marcas de queimadas iguais àquela, contudo também tinha um fósforo no fogão da cozinha, que eu espiei pela porta, podem ter usado para queimar o corpo o algo do tipo.
Com curiosidade Naoto quis saber de onde vinha todo este conhecimento relacionamento ao instrumento de fumo, logo perguntou - Você fuma charuto?
- Não, apesar de já ter experimentado. Só sei disso pois conheço pessoas que fumam na minha família e na delegacia.
- Ah certo. Agora onde temos que investigar?
- Boa pergunta. Talvez devessemos avisar a nossa vítima, mas ainda é meio cedo não acha? O próximo passo é investigar a esposa dele, já que ela ainda está envolvida em maus bocados com essa ficha de assassinato.
- Qual o melhor lugar que podemos encontrá-la? Considerando que é uma cidade do interior poderíamos checar as tendas.
- Ótima ideia Naoto. Estamos sem carro tem problema irmos a pé?
- Oh, detetive Holmes e Tachybana! Que bom vê-los aqui. Que tipo de migalhas conseguiram aqui?
- É Tachibana Sr. Ruan. - Corrigiu envergonhado.
- Mas não seria a mesma coisa? Foi o que eu acabei de ouvir, ele disse certo. - * retrucou com a mão no queixo.
- Claro que não. Tachybana é diferente de Tachibana.
Tachybana = Taxibana
Tachibana = Tatibana !Explicou Naoto com toda paciência para que os Londrinos pudessem entender, porém apenas de entreolharam e piscaram com dúvidas.
- Iguais. Não? - Naoto bateu a mão na testa indignado como não conseguiram perceber a diferença. Seria possível alguém que notasse todos os detalhes de um charuto despercebido e não conseguir diferenciar nomes?
- De qualquer forma detetives, não pude deixar de ouvir que vocês iram andando até às tendas de nossa cidade, o mínimo que posso retribuir é levá-los na minha caminhonete.
A dupla dinâmica olhou para o veículo estacionado não muito longe e agradeceram ao chegar no centro da cidade.
Assim que pulou e colocou os pés fora do caminhonete a poeira levantou-se devido a estrada que era toda de chão. Permitiram-se olhar em volta e analisar como iriam achar Núria.
Pediram detalhes de sua aparência no caminho, mas teriam que aborda-la de um jeito discreto sem segundas intenções.
- Bom, bastante festivo as barracas, não? - Detetive Holmes indagou, fazendo Naoto prestar mais atenção aos detalhes.
- Sim. Mas teremos trabalho.
- Afinal um de nós deve ter habilidades com rastreamento, correto?
Virou o pescoço bruscamente - Olhou minha antiga ficha de trabalho no Japão?
- Obviamente. - Respondeu com um ar de normalidade.
- Pensei que não tinha acesso a esse tipo de documento pessoal. Apenas o delegado não?
- Apenas o delegado, mas eu mexi alguns dedos para conseguir sua ficha. Não trabalho com ninguém antes de rever o histórico todo.
- Todo meu histórico? - Arqueou a sombrancelha e escutou um “Naturalmente” como resposta - E ainda sim não vê a diferença de Tachybana com Tachibana?
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Lady of secrets, Naoto Tachibana
Mystery / ThrillerUma detetive astuciosa recebe um novo parceiro de trabalho, Tachibana, que flui sua carreira como investigador profissional ao seu lado resolvendo o intrigante mistério de um casal - do qual sempre confiou fielmente um no outro - até que um segredo...