Viagem de trem

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Detetive Holmes estava sentada na janela, quieta desde que embarcou, pensando em todas as possíveis possibilidades e caminhos que o caso resultariam.

Enquanto Naoto teclava rapidamente no seu notebook. Vagando por sites e páginas sobre qualquer coisa relacionado à crimes, talvez na esperança de conseguir pegar experiência em um caso real só com pesquisas.

Preocupado com o silêncio de sua colega o de orbes escuras procura chamar sua atenção.

- Pensativa? - Indagou.

- Bastante. - Um segundo de silêncio se faz novamente entre a dupla, segundo o qual não dura muito - Lembra quando eu disse que meus parceiros não aguentavam muito tempo comigo?

- Bem, acho que não tem como esquecer - Engoliu seco.

- Vou te dizer o porquê. Eles quase nunca pegam meu raciocínio! Curioso não? Gostaria de ouvir minha teoria sobre o caso? Está praticamente resolvido.

Pausou Tachibana deixando-o pensativo - Pode ser. Comece.

Para começar entender melhor a perspectiva de sua acompanhante Naoto fechou o aparelho a sua frente e ficou disposto a ouvi-la.

- Muito bem. Quando nossa vítima chegou ao fim da história ele disse ter visto um corpo, que me deixou pensativa. Por qual motivo não ligou para polícia de imediato? Prefirir vir do interior de trem, assim como o que estamos agora, não soa suspeito? Talvez ele esteja fazendo falso testemunho para encobrir o próprio assassinato. E se ama tanto a esposa porquê associar o nome dela com um assassinato? Foi o que pensei de início.

- Eu analisei bem o que ele estava pensando, não havia como ele estar fingindo, sua alegações pareciam todas verdadeiras...

Naoto ficou com um ponto de interrogação em seu rosto - Como poderia analisar o pensamento de alguém?

- Posso fazer análises precisas apenas observando. Esqueceu meu apelido?

- Hm... me leia então.

Virou sua cabeça para a janela e a apoiou o queixo na mão - Fácil. Você estava mexendo freneticamente com seus dedos ao digitar, e de vez enquanto alternava o olhar entre mim e o acento da frente. Já pediu três chás pra garçonete do trem, o que significa aflição com algo ou vício. Você já trabalhou no Japão, mas mesmo assim não parece estar habituado ao ambiente de Londres, correto? Percebi também que estava pesquisando coisas relacionadas a casos criminais, mais uma indicação de que estou certa.

O de cabelos escuros pareceu em choque. Ela realmente tinha falado o que estava pensado a poucos minutos atrás, com detalhes, e ainda sabia até onde seu olhar ia de segundo e segundo. Incrível mas assustador.

- Acertou! Fascinante era isso mesmo. Enfim, retome o rumo da caso.

- A fato da esposa dele ter saído às três horas da manhã indica um ponto importantes.

- Não vejo a importância... - Naoto respondeu.

- Sem problemas eu lhe explico. Para ela ir lá tão tarde, ela teria que marcar essa hora com o vizinho mais cedo. Como ela iria estar na casa de alguém na madrugada sem saber se eles estão acordados ou não?

Verdade! - Pensou.

- Em algum período de tempo ela já estava visitando o vizinho antes sem Ruan saber. Talvez a esposa dele tenha visto alguma coisa de ruim naquela casa, e acabou sendo ameaçada. Por isso teve que virar cúmplice do assassinato.

- Bem isso ainda não ajuda a saber de quando é este corpo. Em que dia aconteceu o assassinato?

- Humpf isso é óbvio. A vizinha tinha chegado a pouquíssimo tempo, entende? Logo o assassinato foi no mesmo dia que ela chegou.  Era bem cedo, e provavelmente a esposa de Ruan resolveu cumprimentar os vizinhos, antes mesmo do marido, provavelmente a vizinha estava ocupada com o corpo, e Núria resolveu adentrar a casa sem permissão. Nisso viu o corpo e caso não fosse cúmplice seria ameaçada constantemente, desde então isso explica as voltas às escondidas. Talvez ela tem tentado oferecer dinheiro para se livrar deste fardo. - Finalizou.

Naoto achou incrível com uma simples declaração do caso ela tratar uma linha de raciocínio tão boa. Com certeza faria de tudo para acompanhá-la e até aprender com ela.

- Mera suposição. Mas ainda sim bem possível.

- É só uma das mais prováveis. Eu fiz bem mais colocações de raciocínio. Espero que não seja um problema enquanto estamos no trem eu falar de todas elas.

Diferente da expressão que carregava no primeiro dia de uma mulher séria, agora parecia empolgada.

- Você já pensou em fazer um blog com todos os seus casos criminais? Parece ter um bom histórico.

- Nunca Naoto. Na verdade eu ao menos tenho um celular, não vejo necessidade! Aliás isso poderia chamar muita atenção, não? Acho que não seria bom para a delegacia.

- Posso pedir permissão do delegado não? Aliás apenas a delegacia é organizada você não.

O Tachibana de animou muito com a ideia de ter uma ocupação de tempo escrevendo sobre, seria realmente ótimo para ele e para *. Já que quanto mais espectadores no blog, mais pessoas iriam recorrer a grande detetive Holmes.

- Irei pensar nisso. Mas agora você irá escutar todas minhas teorias.

- Fechado.

De repente o trem para. E a face de * murcha por completo. Talvez agora eles teriam que guardar a teoria e ir para a ação.

- Que pena! Você é muito azarado por não poder escutar todas elas. Mas isso é conversa para caminho. Não acha detetive Naoto? - Sorriu fino.

Lady of secrets, Naoto TachibanaOnde histórias criam vida. Descubra agora