— Mas você tem certeza de que ele estava no consultório com a Recovery? Ele não passou lá só pra entregar alguma coisa pra ela? Lembra bem... — Uraraka insistiu, os grandes olhos encarando a amiga rosada com atenção.
— Não, não, eu tenho certeza de que vi certo. Ele estava lá auxiliando a avó, de jaleco e tudo, acho que estão fazendo um tipo de treinamento. É certeza que se alguma de nós der entrada lá, é ele quem vai ser o "médico" — uma risadinha maliciosa foi proferida após a frase de Mina.
— Ahhh, isso é tão errado, mas não podemos jogar essa oportunidade fora de jeito nenhum! — Hagakure, embora não pudesse ser vista, dava piruetas de contentamento enquanto soltava gritinhos histéricos.
— Ok, o próximo passo é decidir quem vai ser a "paciente" e que tipos de machucados vamos bolar — Mina, como sempre, tomou a liderança, empinando o nariz. — Como fui eu quem trouxe as informações, nada mais justo que ser eu a escolhida.
— Ah, nem vem! É sempre você que toma esse lugar e não deixa a gente participar! — Hagakure protestou.
Uraraka, meio tímida, baixou os olhos e enrolou uma das mechas castanhas entre os dedos. Sempre ficava constrangida com aquele assunto, afinal, havia muito mais que simples sentimentos — ao menos de sua parte — envolvidos naquela história, mas concordou com a invisível.
— É verdade, Mina... tem que ser justo.
— De que justiça você tá falando? Alguma de nós já conseguiu ganhar um beijo dele por acaso? Todas as vezes em que eu fui, a missão falhou, então mereço participar tanto quanto vocês! — bateu o pé.
E, como sempre, uma discussão foi formada pelo trio no meio do treinamento diário que a turma 1-A realizava nos terrenos; no momento, todos ocupavam-se em fazer alongamentos extensos comandados por Aizawa.
A apenas poucos metros das garotas, um certo loiro de olhos escarlates bufou em irritação enquanto alongava os braços, passando-os por trás do pescoço e segurando a posição por alguns segundos. Tentava a todo custo se concentrar no treino e não dar ouvidos àquelas desmioladas, todavia, a alien falava tão alto que qualquer um naquele maldito terreno podia escutar sem problemas.
Na verdade, não era nem preciso possuir audição para ter uma vaga ideia de qual era o assunto tratado. Aquilo já estava acontecendo há meses, desde que ingressaram na UA, mas até hoje Bakugou sentia vontade de morrer toda vez que era obrigado a presenciar mais um episódio ridículo daqueles.
O que diabos elas viam naquele neto sem graça da velhota da enfermaria? Por que sempre viravam um bando de idiotas toda vez que ele aparecia e as cumprimentava com aquele sorriso odiável e aqueles olhos redondos e exageradamente verdes? Por que sempre que ele estava presente no consultório, elas ficavam com aquele fogo todo? O que ele tinha de especial além do dom que herdou da velha? Ele nem mesmo sabia lutar!
Sua expressão devia estar mais azeda que de costume, pois Kirishima logo chamou sua atenção:
— Hey, Bakubro, se a sua testa se franzir mais é capaz de essa careta feia no seu rosto ficar permanente — o ruivo zoou, e ao ter o dedo do meio estendido em sua direção, somente permitiu-se rir, descontraído. — Ah, cara, sai dessa! Não vai me dizer que tá ligando pra conversa das garotas outra vez, né?
— Vai se foder, cabelo de merda, por que não cuida da tua vida? — rosnou. Só porque eram considerados "amigos", não o pouparia de receber sua fúria quando aquele idiota merecesse, o que, de certa forma, acontecia quase o tempo todo. — Eu tô pouco me fodendo praquelas retardadas, se liga.
— Opa, opa, pode ficar bravo, mas mantenha o respeito com as garotas, né? — Kirishima censurou-o, olhando-o daquela forma cansada como se Katsuki fosse um caso perdido. — Não há por que falar assim.
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Recovery Boy | Bakudeku
FanfictionBakugou já estava farto daquela história ridícula. As garotas faziam loucuras de níveis catastróficos só para receber uma porcaria de beijo do "querido netinho" da Recovery Girl, e, embora negassem a todo custo, até mesmo os meninos estavam entrando...