When You're Gone

Chapter 1

Faz exatamente um mês e meio que Jung-Yon morreu, ele era meu conforto, eu ainda o amo tanto, é tão difícil acordar e olhar a cama vazia, difícil escutar música clássica, seu estilo de música favorito, sem lembrar de sua voz, seus olhos brilhando a cada vez que me via, seu sorriso, o mais bonito visto por mim. As vezes olho pro céu e me pergunto quando ele vai voltar logo de viagem e me abraçar?

Nunca...

Hoje é mais um dia sem meu amado. Ah, mas seu cheiro ainda está impregnado em minhas narinas, ou melhor, por toda a casa, não há um canto se quer que eu não sinta seu cheiro.
Passo a mão no espaço vazio da cama, qual ele dormia e fecho os olhos me permitindo sonhar com o seu rosto perto do meu, ele sorrindo e me desejando um belo "bom dia". Sinto uma lágrima escorrer me obrigando voltar a realidade, a quão eu tanto almejo esquecer.

Depois de me arrumar para o trabalho, pego minhas coisas e me despeço de Shunk, nosso cachorro de estimação, ele já está grande mas ainda continua um bebezão, Jung-Yon o mimou muito, e confesso que eu também.

Ao chegar, de antemão resolvendo chatices de trabalho durante todo o dia, e que eu certamente tenho que aturar. Minha rotina é apenas o trabalho e meu pequeno Shunk, desde a morte de meu amado procuro me dedicar apenas à isso, viver nunca fez tão sentido como fazia quando o tinha por perto.

Eu e Jung-Yon construímos uma empresa, a tão famosa, CYBE Entertainment, construímos faz dois anos, logo depois que nos casamos. Confesso que isso me deu uma dor de cabeça, mas meu Jung sempre me animava e me incentivava a continuar junto ao seu lado.

Quando fui ao seu enterro não consegui me despedir. Ver aquele caixão fechado abraçando e cobrindo meu marido foi muito doloroso, me culpo por não ter ido junto com ele. Ele me pediu tantas vezes, e eu concentrado apenas na empresa o ignorei e até mesmo chegamos a discutir. Se eu tivesse ido, talvez tudo teria sido diferente. Voltaria no tempo e certamente consertaria meu erro.

Um longo dia se passa em frente aos meus olhos, que estão concentrados apenas em arrumar a nova Logotipo da empresa e nos parceiros da mesma, no computador. Resolvo terminar o que ainda falta no dia que virá, olho meu celular vendo que já eram 23:03. Está tão tarde, mas não estou cansado, só resolvi ir porquê tenho certeza que Shunk está morrendo de fome e provavelmente sede, não seria justo com meu pequeno.

A caminho de casa parei em um pequeno comércio, comprei alguns mantimentos que já estavam faltando e algumas latas de cerveja. Talvez, eu esteja virando um alcoolatra. Após minha saída da garagem, sou recebido com alguns latidos do meu pequeno e sua animação ao ver que trouxe seu tipo de ração favorita.

O sirvo e vou para meu quarto, tiro minhas roupas e entro no banheiro, sinto o peso do meu corpo se aliviar a cada gota de água que cai em meu corpo. Só então percebo que estou realmente cansado, infelizmente o cansaço não é do dia, mas dos dias sem Jung.

Já vestido desço as escadas e vejo meu pequeno deitado no sofá, ele faz isso toda vez que termina de comer, mas admito que o sofá é confortável. Procuro algo para comer, e assim que acho, me sirvo. Me sento ao lado do pequeno que por costume se deita com as patas em minhas coxas e a cabeça no local vazio do sofá, onde Jung-Yon sentara.

Sofremos muito com isso.

Passei o dia todo em silêncio, não sei nem como minha voz irá sair, acho até que não tenho mais. Estava tão distraída com meus pensamentos a voar que nem notei quando o pequeno saiu da sala. Me levanto ao escutar seus latidos e o barulho da campainha tocando apressadamente e em várias vezes seguidas.

— Já estou indo. -- Disse baixo e abri a tela da câmera vendo que Sabrina estava na frente de casa. — O que houve Sabrina? -- Ela olhou para a câmera e começou a rir, mas logo parou e deu início ao choro.