Relembrando o Passado

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CONTRATO DE ALUGUEL

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CONTRATO DE ALUGUEL

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CAPÍTULO XXIV – RELEMBRANDO O PASSADO

Laura parecia radiante enquanto andávamos pelos corredores de nossa antiga escola. Sorrio, aliviado por saber que meu plano inicial de distrair minha namorada estava dando certo. Eu sabia o quanto ela havia ficado afetada com a descoberta do contrato injusto que assinou com a editora.

A verdade é que eu estava furioso. A minha vontade era de quebrar todos os dentes do maldito Thomas e bater nele o suficiente para não ser capaz nem mesmo de andar por anos. Além de enganá-la covardemente, o maldito ainda tinha coragem de agir como se fosse proprietário de Laura.

Eu não via a hora de ter a chance de acabar com a vida desse desgraçado. Com a ajuda de Ryland, eu não descansaria até que Thomas pagasse tudo o que deve a Laura e ainda uma grande e merecida indenização por tudo o que ele a fez passar. Também faria questão de acabar com essa editora fraudulenta que abusa da boa vontade de seus escritores.

Mas por agora, a minha atenção estava completamente voltada para Laura, que encarava os detalhes do trajeto à biblioteca com fascínio. Observo sua expressão nostálgica, o brilho animado em seus olhos, e sinto como se qualquer erro que cometi tinha valido a pena apenas para estar naquele lugar tão especial com ela.

E quando finalmente chegamos na sala onde tínhamos aula de literatura, foi inevitável não sentir meu coração se aquecer, nostálgico com as lembranças dos dias em que passei sentado, observando-a com um forte desejo de me aproximar, mas nunca ter coragem.

- Ah, a aula de literatura! – Laura solta a minha mão e corre para o local onde ela costumava se sentar. Ela passa a mão com carinho pela carteira e abre um sorriso emocionado.

- Foi aqui onde passei a maior parte do tempo planejando me aproximar de você. Também foi nessa sala onde eu consegui conversar mais vezes com você. – Relembro e Laura dá uma risada anasalada.

- Eu perdi as contas de quantas vezes eu fiquei te encarando disfarçadamente, admirando você e imaginando como seria se eu tivesse coragem de conversar com você. – Confessa minha namorada, surpreendendo-me. – Literatura sempre foi a minha matéria preferida, mas depois que passamos a ter aula juntos, ela se tornou ainda mais especial e única para mim. Como você disse, foi aqui onde mais conversamos, ainda que não passasse de conversas sobre a matéria.

Sorrio e me aproximo da minha carteira, que ficava no fundo da sala. Mesmo que dez anos houvessem se passado, o lugar parecia exatamente como eu o vi na última vez em que estive aqui. Sento-me onde costumava ser o meu lugar e imito a pose que costumava ficar.

- Em toda aula, eu me sentava aqui dessa forma, com a cabeça virada discretamente para você, enquanto meu corpo ficava na direção oposto, na tentativa tola de disfarçar que eu passava praticamente a aula toda babando em você. Eu até me esforçava na matéria para não parecer tão burro e talvez chamar sua atenção. A professora Jessy vivia pegando no meu pé, por causa disso. Ela percebeu que eu gostava de você e passou os quatros anos seguintes me provocando. – Conto, rindo ao lembrar de como a nossa professora de literatura me matava de vergonha.

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