Capítulo 4

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 Sopre as velas

Não preciso de um desejo

Pois eu sou tudo

Agora rasteje para minhas botas e lamba,

ajoelhe-se diante de mim

Eu tenho meu bolo e vou te comer também

necessary evil, motionless in withe

Louis Lupollo

O relógio despertaria em 43 minutos, mas meu sono sumiu por completo quando comecei a pequena lista de tarefas daquele dia.

Elizabeth não se moveu quando me levantei da cama, nem pareceu notar minha ausência enquanto me arrumava para começar o dia. Quando a observei com mais atenção, nua, com o lençol enrolado na cintura, deitada de lado com ambas as mãos sob o rosto, não resisti. Aproveitei seu sono pesado, me ajoelhei ao seu lado e desenhei a linha de sua cintura.

Ela não se moveu, nem sua respiração mudou.

Da forma mais delicada possível, segui para a pele pouco exposta dos seios pesados e contei cada uma das marcas ainda aparentes ali.

Dezessete pequenas marcas remanescentes marcando a minha criança.

Foi inevitável não morder a ponta da língua com força antes de suspirar.

Quando eu tivesse tudo sob controle, o que não estava longe, faria um favor ao mundo e acabaria sozinho com toda a MS-13 e qualquer um que ficasse no meio do caminho.

Eu mataria.

Mataria por ela.

Pelo que fizeram ao que era meu.

Eu não havia me esquecido daqueles desgraçados. Assim que o corpo de Salvatore começou a esfriar, coloquei homens em todas as suas propriedades. Revirei os últimos endereços em que ele havia colocado os pés e procurei em suas finanças, mas ainda não havia nenhum rastro da garota mexicana.

Miranda... O nome era um dos que vibrava em vermelho na minha lista mental de pessoas que eu esmagaria com as minhas próprias mãos.

Descendo a mão para tocar a pequena cicatriz que Elizabeth carregava na barriga pela perda do baço, acariciei a pele de textura diferente com o polegar e Lizzie se moveu. Ela respirou mais fundo e quando fitei seu rosto, os olhos verdes estavam abertos, se esforçando para focar em mim.

— Não se preocupe, ainda é cedo — falei, movendo a mão mais rápido para o seu rosto, acariciando sua bochecha.

— Você já vai sair? — Ela voltou a fechar os olhos.

Sua boca volumosa entreaberta era quase um convite para voltar para a cama, mas fui firme.

— Vou. — Ela não gostava de detalhes sobre o meu trabalho ilegal.

— Não demore para voltar. — Colocando a mão sobre a minha, ela a puxou para sua boca e beijou minha palma.

— Não vou, bambina. — Era uma promessa.

— E volte inteiro — ela completou, conseguindo arrancar um sorriso meu.

— É o que pretendo.

Dividir a vida com Elizabeth era quase fácil demais.

A rotina com seu humor instável nunca era entediante.

INVULNERÁVEL - SÉRIE DARK HAND- VOL V [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora