2. ᴅᴇsᴄᴏɴʜᴇᴄɪᴅᴏ

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    — Esse é...

— Jeon Jungkook — interrompi minha mãe, sentando-me no sofá com dificuldade, arrumando minha postura. Não era todo dia que eu via um cara desses no mesmo local que eu.

— É. Esse é o Jungkook — constou ela, com os olhos brilhando para o cara, enquanto sorria largo.

Ele encostou no sofá, como toda a intimidade do mundo, e isso me fez revirar os olhos com desgosto. Além de ser metido, era mal-educado.

— Dora, o que ele faz aqui? — perguntei, olhando-o de cima a baixo. Normalmente eu não costumava chamar minha mãe pelo nome dela, e nem usar aquele tom, mas saiu automático.

Assim que voltei meus olhos para a minha mãe, ela tentou conter o riso estampado em seu rosto, cruzando os braços. Aquela cara... eu conhecia bem o que aquilo significava.

— Lembra que eu falei... — pausou ela, inclinando a cabeça para trás rindo. — Isso é hilário!

Claro que era hilário, eu estava ficando doida tentando ler que bulhufas significava aquela coisa toda. Olhe rapidamente de soslaio para o tal, mas ele permaneceu quieto.

— Isso é uma loucura levando em consideração de que vou viajar daqui a alguns dias, mas é por uma boa causa. — continuou ela .

— Não — retruquei. — Não me parece ser por uma boa causa trazer um cara estranhamente atraente, com um papo de babá. Sendo que aqui não há nenhuma criança.

— Espera, você disse atraente? — indagou o estranho, exibindo um sorrisinho.

Mas que inferno!

— Isso não é nada de mais, Yuna. Você... — Começou ela novamente, gesticulando. — Eu sei que você não sai e que não gosta de curtir a vida de forma normal... — Espera, ela acabou de me chamar de anti-social? — Minha filha, nós duas sabemos que você é péssima em qualquer coisa doméstica...

— E ele é algum tipo de ajudante doméstica? — Apontei rápido para o moreno, e balancei a cabeça negativamente.

— Você pode pelo menos me deixar falar, Yuna Lee? — exclamou mamãe, com uma cara não tão agradável. E toda vez que ela fazia aquela cara é como dissesse: Está fodida se dirigir mais uma palavra! — Esse rapaz vai cuidar da casa e de você enquanto eu não estiver. Você mal costuma sair do quarto, então, não será um problema para ele.

Ah! E para mim? Que delícia! Uma maravilha. Olhei feio para ela, sentindo minha cara esquentar de vergonha, com aquele cara presenciando tudo. De onde caralhos ela tirou aquela ideia?

— Mãe, acho que esqueceu que estamos falando de um estranho. — Meu tom de voz elevou-se. — Olha só para cara desse homem. Nossa casa vai virar um cabaré. E não é por que eu estudo muito, que eu não saia do quarto. Eu com toda certeza vou me incomodar. É UM ESTANHO!

— Você não sai, Yuna — rebateu dona Dora. — E ele com certeza tem a vida mais ativa que a sua. — Não, não acredito que ela falou isso.

Ajeitei o óculos, querendo entrar num buraco bem fundo(especificamente no meu quarto).

— Eu não aceito ter um empregado. Isso é o fim da conversa. — Levantei-me. — Ainda mais ele.

— Não sou seu emprega.. — semicerrei os olhos para o cara antes que ele terminasse a frase.

— Ele não é seu empregado.

Bati o pé, como se uma força sobrenatural tivesse entrado no meu corpo e não me fizesse ter medo de levar a maior bronca da minha vida.

— Esse não é o fim da conversa, porque a casa é minha. Jungkook vai ajudar em casa, não ser seu empregado. — mamãe falou antes de eu esquivar-me, do bonitão e caminhar em direção ao meu quarto. — As regras já foram dadas a ele. Com você, eu resolvo depois.

Continuei o caminho, e quando cheguei bati a porta debatendo-me sobre a cama.

Por que senhor?!

Eu tinha escutado minha mãe por meia hora, tentando provar o quanto era seguro confiar no desconhecido, ainda me perguntando onde ela havia tirado aquela ideia idiota.

Por fim, acabei aceitando a sua ideia idiota, sem saída. Levei suas malas até o carro, vendo-a me encarar.

— Espero que não se arrependa — falei, arrumando o ninho do meu cabelo. — Não quero arcar com nada que seu empregado gastar. Só isso.

Levantei as mãos, em paz, mas ela logo me olhou com reprovação.

— Ele não é empregado, Yuna! — alertou. — Acha mesmo que eu faria isso com aquele pobre garoto?

Como se colocar ele com babá melhorasse alguma coisa. Revirei os olhos, e enfiei a mão no moletom vermelho.

— Não faça isso, Yuna-ah! — me puxou para uma abraço forte. — Ele é um garoto bom. Tem câmera na sala e na cozinha, se algo suspeito acontecer, o que eu duvido, a polícia é acionada.

Ela esqueceu de falar sobre os meus 10 anos de Jiu-jitsu.

— Mãe, eu sei me cuidar — disse, sendo abafada por seu abraço. — Me viro com macarrão. A senhora vai vir semana que vem mesmo.

Dora me afastou rapidamente, com um semblante suspeito.

— Yuna, você não ouviu direito — ela riu fraco. — Eu volto mês que vem.

Puta que pariu! Que merda! Arregalei os olhos, vendo-a se afastar rapidamente, pondo a bolsa no carro. Paralisei, sentindo um nó na garganta. Um mês?

Minha mãe parou, me deu um último abraço e um beijo na testa, e disse:

— Não destrate ele, Yuna. Ele será uma ótima companhia, garanto.

Um mês sem minha mãe? Eu estou fodida. Apertei-me mais em seu abraço, querendo não soltá-la nunca mais.

 Apertei-me mais em seu abraço, querendo não soltá-la nunca mais

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Playlist do dia:

A queda - Gloria Groove

Babá, Baby! - JJKOnde histórias criam vida. Descubra agora