HIDDEN - Taekook . ABO

Capítulo 12

- Então, Kim Taehyung, como isso é um teste de avaliação, não vamos começar com você se deitando no sofá e me contando o teu dia - A psicóloga brincou e o Kim riu anasalado, assentindo com a cabeça e murmurando pra ela continuar a falar - Vamos começar esse processo com calma, pra que aos poucos consigamos alcançar o centro dos teus pensamentos e sentimentos, e assim, trabalhar neles - Ela arrastou um papel branco pela mesa com um pincel em cima dele, vendo uma curiosidade inocente traçar as íris castanhas - Esse processo pode durar meses, mas com os dias você vai começar a se questionar certas coisas importantes - Apontou para o papel e organizou seu bloquinho de notas.

- É pra eu desenhar a primeira coisa que vier na cabeça? - Indagou, se lembrando de que acontecia assim nos filmes que assistia.

- Não, é pra você desenhar linhas.

 O Kim franziu as sobrancelhas em confusão, olhando do papel para a mulher de fios cacheados.

- Linhas?

- Sim, linhas. Apenas faça linhas como você faria se estivesse com tédio - Ela explicou e puxou outro papel pra frente dela - E enquanto você faz as linhas, eu vou te fazer perguntas. Tudo bem por você? - O Kim assentiu com a cabeça, destampando o pincel - Agora vamos começar. Preciso que você respire fundo, relaxe, e olhe além do papel - Pigarreou levemente - Você está sonhando que está viajando por uma estrada durante a noite, ela tá fria, mas você está agasalhado e confortável no banco do passageiro. Quem está dirigindo?

A psicóloga pergunta no tom mais suave de sua voz, vendo a primeira linha sendo feita cheia de ondulações, porém deslizando leve como uma pena no papel.

- Jungkook, o pai da minha filha - Responde com sinceridade, imaginando sua filha no banco de trás.

- Okay. O carro continua indo até que na beira da estrada você vê uma casa. Ela é uma mansão, uma ruína ou uma casa normal?

Dessa vez o Kim fez uma linha com pequenas curvas, nem retas, nem totalmente circulares.

- Minha casa - Respondeu, se corrigindo logo em seguida - Uma casa normal.

- Vocês param o carro pra observar a casa. As cores dela são fortes, decentes ou rústicas?

- Decente - O ômega respondeu no mesmo momento.

- Só você entra na casa, vê uma biblioteca e entra nela. Quais são os tipos de livros que você vê lá?

O ruído do pincel ocupou o lugar quando, mais uma vez, o Kim se imaginava no lugar pra responder.

- Romances.

- Você sai da biblioteca e vê uma escada ligando o chão ao teto, então você sobe e percebe que é um sótão. O que você vê nesse sótão?

- Poeira - Dessa vez nem o ruído do pincel se fez presente, o detetive não sabia o que riscar.

- No canto, você vê um baú escondido. Você tenta abrir, tenta não abrir ou ele está lacrado demais e você não consegue abrir?

Dessa vez a mão do ômega se mexeu, desenhando um círculo e imitando as linhas dele até que não houvesse nenhum espaço em branco dentro desse círculo.

- Tá lacrado, não consigo abrir.

- Okay - Ela sussurrou olhando para o papel na frente do paciente - Sem pressa você se afasta do baú e vê uma janela, você a abre. Como a lua está?

- Crescente.

Observando os comportamentos do Kim, ela notou que ele já havia entrado na ilusão, seus olhos mirando um ponto do papel, mas ao mesmo tempo perdidos. Decidiu não enrolar nas perguntas, indo com calma, mas se negando a deixar ele com tédio antes que as perguntas terminem.