Subo até o sótão para visitar o passado, abro a porta que range reclamando a saudade, vou entrando lentamente e olhando em volta, tantos brinquedos, tantos objetos, minha ansiedade...
Meu pião ainda enrolado com a fieira, bolas de gude, um cartão de natal que recebi da primeira namoradinha, meu time de botão ainda na caixa, quanto tempo, meus blocos de montar guardados em uma caixinha...
eu era menino e andava de patinete, lá está ele no canto, muita lembrança, um filme passou e minha alma sorria, a foto do meu pai que foi embora e de mim se despedia, vi a minha história no sótão contada pela minha quinquilharia...
Nelson Só (A.P. 23)
27.10.2021
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