I - O nó entre um cadarço desgastado e um fio de barbante frágil.

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International high school , 07:30 AM.

Uma palavra pra descrever essa escola? Baderna, total baderna. Gritaria, confusões, risadas escandalosas e alguns delinquentes carregando uma JBL com o som estourado. Nada novo por aqui.
Eu apenas entrei na minha sala, onde Han Jihyo já se encontrava. Qualquer um que não estudasse aqui ficaria surpreso ao saber que ela é sempre a primeira a chegar aqui, sempre.

Como faltavam 30 minutos para as aulas começarem e eu não costumo trazer distrações, optei por observar a garota a minha frente, que cantava uma musica nunca ouvida antes, provavelmente autoral. 

Não posso negar que ela é linda, e tem uma voz fantástica também.

-Esse tom não ficou bom... E se eu mudasse essa palavra por outra menor?- Jihyo falou confusa e eu não pude deixar de rir, era fofo como ela falava sozinha as vezes, parecia realmente falar com alguém.

Mas, minha risada é um tanto alta, e isso fez com que sua atenção fosse voltada para mim.

-Ah, olá Kim Jimin! Como vai?- Disse ela com um sorriso.

-Vou bem, e você?- falei sem demonstrar espanto, por mais que por dentro eu estivesse explodindo, Han Jihyo sabia meu nome!

-O mesmo.- disse simples. Eu pensei que o diálogo fosse acabar ali, como sempre. Mas fui surpreendida quando a garota fechou seu caderno de anotações e ao piscar, ela estava sentada na cadeira a minha frente, olhando em minha direção. 

-Kim Jimin?- fez uma pausa esperando uma resposta, que logo foi dada com um "hm", sinalizando que ela poderia continuar.-Vi sua apresentação no final de semana...-ela parecia criar coragem para continuar, brincando com seus dedos de uma forma estranhamente fofa.-Gostaria de saber se... se... você gostaria de fazer um dueto comigo?-  a última parte saiu em um fio de voz, ela parecia estar com vergonha. 

-Pode me explicar melhor como funcionaria?- perguntei, por mais que soubesse que seria impossível pronunciar um "não" para um ser tão adorável quanto a garota.

-Eu 'tô escrevendo uma música há um tempo, mas não consigo cantar sozinha, há partes que precisam de uma voz mais grave e aveludada ao mesmo tempo, exatamente como a sua.- ela disse explicando calmamente, como se fosse treinada pra falar isso.

‐Aceito, com uma condição.- fiz uma pausa dramática e ela me olhou esperançosa.- é brincadeira, aceito sem condição nenhuma.

Ela abriu um sorriso tão grande que achei que seu rosto fosse rasgar. Me agradeceu várias vezes enquanto fazia uma breve reverência. Logo se sentou em sua cadeira e colocou seus fones de ouvido, sempre fazia isso antes do sinal bater, como um ritual ou algo do tipo.



Mundo azul - Jihan x MondayOnde histórias criam vida. Descubra agora