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Único.

— Mamãe disse que tomar café era bom para ficar acordado. Você já bebeu? — Jimin perguntou curioso, olhando para seu hyung com os olhinhos brilhando de fofura.

— Sim. Não é bom, mas realmente nos deixa acordado. — Namjoon respondeu simples, enquanto desenhava mais um de seus projetos.

Um arquiteto que nunca estava parado. Na verdade, os desenhos de projetos em que ele se metia o fazia sentir paz, como uma meditação, o livrando temporariamente de seus problemas psicológicos. Era pertubador e sempre foi, mas desenhar e criar ideias sempre acalmou aquela mente brilhante.

E Jimin estava se tornando seu novo ponto de paz, ele só não sabia como digerir aquilo.

Não era uma novidade que logo cedo, Namjoon foi promovido na sua empresa e decidiram que ele seria o vice-diretor de tudo aquilo, uma de suas grandes vitórias e consequentemente mais famoso. Contudo, precisava de um secretário pessoal para tudo aquilo, e Jimin foi o indicado. Ele trabalhava bem e Namjoon nunca teve de se preocupar especificamente com seu trabalho.

Mas literalmente, todo o resto, lhe preocupava.

Como a porra de um jovem de apenas vinte e dois anos, que usava jardineiras extra grandes e um cabelinho douradinho, com bochechas limpinhas e vermelhinhas, parecendo-se com um bebê, conseguia ser tão ágil e inteligente? Namjoon não tinha certeza, mas Jimin era o tipo de pessoa que ele nunca acreditou que existia.

Parecia um ser mágico, como uma fada. Jimin valorizava mais o "eu me dou bem em tudo" e isso aumentava sua autoestima. E se não fosse bem em algo, estava tudo bem. "Aceitar que eu não me dou bem em tudo o que eu quero, me faz ser bom nisso, ou seja, continuo sendo bom em tudo".

Meio sem sentido, mas essa sua frase era recorrente.

— Eu nunca bebi, o cheiro me deixava com nojo. Meu papai bebia muito, ele tinha uma plantação inclusive! Era legal, as máquinas gigantescas colhendo os pequenos grãozinhos de café.

Jimin estava mostrando um lado dele que Namjoon nunca havia visto até o momento. Ele tagarelava sem parar, nem parecia que tinha ar nos pulmões. Ele falava tanto, sobre tantos assuntos, e não era atoa que sua aparência denunciava bem que ele viveu a vida intensamente e passou por muita coisa legal, ao contrário do Kim, que desde a infância, era forçado a estudar sem parar.

— Entendo. Vocês vendiam café? — perguntou Namjoon, tirando uma mosca de cima de seu ombro. Por trabalhar ao ar livre, na sua varanda era comum bichinhos como aqueles pousarem em si.

— Eles vendem hoje em dia! Lucram muito, conseguiram dinheiro para eu conseguir estudar no Canadá. Agora sei falar francês fluentemente, além do inglês. — respondeu, admirando um pote de plantas feito com argila. — Sabe, eu não sou muito bom em artesanato, mesmo que eu seja bastante apaixonado.

Por mais que Jimin falasse tanto, Namjoon estava entretido com aquela faladeira toda. Não tinha muitos amigos e tinha uma certa dificuldade em se comunicar, mas com Jimin era absurdamente fácil, ele não se cansava, e Namjoon podia ouvir tudo o que ele tinha a dizer.

Aquele garoto deixava seu coração em paz. Parou para pensar e levou o olhar novamente á Jimin, que estava agachado acariciando a folha de uma de suas plantas, parecendo tão dócil. Sua noite não seria tão bem, e ele sabia perfeitamente daquilo pois Jimin estava deixando sua tarde maravilhosa, e quando ele fosse embora, tudo voltaria ao monótono.

De novo.

— Finalizado, agora preciso ir lá dentro fazer as cópias e digitalizar o projeto. — todos os detalhes eram minimamente feitos e cinco ou seis vezes revisados. Jimin admirava todo aquele trabalho incrível que Namjoon fazia.