Calma, deixa eu explicar. Hoje, quando acordei eu não estava me sentindo muito bem, então decidi que não iria à escola, apenas me levantei e me arrumei para poder levar o Kwan na escola, tudo normal até aí. Nós nos arrumamos, tomamos café e eu o levei para a escola, e disse que quando acabasse estaria ali para levá-lo para casa.
Porém, assim que voltei para casa, eu descobri que as coisas lá são bem piores quando eu e Kwan estamos na escola. Meu pai e minha mãe estavam brigando mais uma vez, e por diversas vezes eu pude ouvir ele agredindo ela, então, quando precisei comer desci até a cozinha, e antes mesmo de eu conseguir preparar algo, minha mãe veio e começou a me bater dizendo que eu não fazia nada na casa e só dava mais gastos para eles.
Depois disso, eu não tinha mais vontade alguma de comer, então voltei e me tranquei no meu quarto, algumas horas depois quando era quase hora de eu ir buscar o Kwan meu pai apareceu no meu quarto e, claramente bêbado, também me bateu dizendo que eu não teria futuro por eu não estar indo a escola, e que eu não servia pra nada.
Ele me bateu tanto que fez um corte no meu braço, não tão profundo, mas que ainda tá sangrando um pouco, não aguentando tudo isso, eu sai correndo de casa sem rumo, e aí que chegamos no agora. Eu nunca tinha faltado a escola antes, então não sabia que era desse jeito, na maioria dos dias eu chego e fico no quarto estudando, então eles não tem muito tempo para me bater.
Após correr muito, eu paro para recuperar o ar e percebo que estava na mesma pista de skate do outro dia, meu braço doía muito, e ainda sangrava, mesmo que pouco, a frente eu avisto um banco então me sento lá recuperando o ar, e sem perceber começo a chorar. Eu chorava muito, não queria voltar para casa, mas para onde eu iria? E ainda tem o Kwan, eu não quero deixar meu irmão mais novo naquele lugar, eu estava desesperada e sem um rumo ou resposta para minhas inúmeras perguntas, até que sinto alguém tocar meu ombro no braço não machucado.
Jn-Ei garota, você está bem? -Fala e eu me viro olhando-a e vendo que era a mesma garota que no outro dia estava sentada sobre o capô do carro do outro lado da pista- Qual seu nome?
-S/n. -Digo simples e seco as lágrimas em meu rosto, não sabia oque ela faria se soubesse que não pertenço a Gangue como ela, então achei melhor tratá-la com respeito e não lhe dirigir muitas palavras.
Jn-Ok S/n, eu sou a Jennie, não precisa ficar com medo ok. Agora me conta porque você está assim? -Falou calma e por algum motivo me passou segurança para contar a ela, então o fiz.
Contei resumidamente tudo sobre as brigas na minha casa, sobre o outro dia que estive aqui e sobre hoje, e ela pareceu preocupada quando falei do meu braço, e imediatamente chamou o menino que no outro dia estava sendo zoado e a minha amiga que também estava ali, ou seja não tinha ido a escola como eu. Eles pareciam preocupados com o meu ferimento, e por ordem da Jennie cuidaram dele.
Jn-Sabe, em certa parte você está certa sobre nós. -Falou se referindo ao grupo dela, enquanto os outros dois cuidavam do meu braço- Nós realmente pertencemos a Gangue, mas não ativamente sabe, a maioria de nós ou entrou a pouco tempo, ou não tem idade o suficiente para as atividades, ou não tem habilidades boas o suficiente, somos o grupo de "rejeitados" da Gangue, então a maioria ou estuda ou trabalha para podermos ter condição de viver.
-E as famílias de vocês? -Pergunto curiosa.
Jn-Bom, alguns de nós não tem, ou tem uma como a sua ou tem uma família que não liga para a gente. -Falou o último num tom cabisbaixo e eu imaginei ser o estado dela- Então, resolvemos entrar para a Gangue, mas, como eu já te disse, não participamos ativamente, então ficamos juntos e cuidamos uns dos outros.
-Entendi. -Disse e agradeci aos dois que haviam terminado de cuidar do meu machucado- Bom, eu preciso buscar o meu irmão na escola. -Disse me levantando mas a garota se levantou também e segurou meu braço não machucado.
Jn-Eu vou com você. -Falou e eu não contestei, não seria uma companhia desagradável.
No caminho conversamos sobre nossos gostos e sobre nós, e assim que chegamos a escola do meu garoto ele já me esperava no portão.
Kw-Noona! -Falou animado vindo me abraçar e eu retribui.
-Kwan, essa é a Jennie. -Apresentei os dois que retribuíram um sorriso um para o outro.
Andamos para casa um silêncio agradável, o menor apenas perguntou como eu me sentia e como eu havia me machucado já que ele viu o meu curativo no braço, e eu lhe disse que estava bem e inventei uma desculpa para o machucado.
Jn-Bom, estão entregues. -Falou assim que chegamos em casa- S/n, caso precise de algo pode contar conosco ok. E também se acontecer de novo, eu quero que...por favor...você considere...você e o Kwan se juntarem a nós, eu sei que todos vão adorar novos membros, e também acho que eles não vão se importar de você entrarem. -Falou timidamente no começo e deu ênfase no eles, provavelmente se referindo aos chefes da Gangue.
-Vou pensar sobre isso. -Disse e a abracei como forma de agradecimento.
Nunca imaginei que aquela linda garota da Gangue seria tão legal.
(CONTINUA)
Foi isso espero que tenham gostado.
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