O sol em Paris brilhava naquela tarde quente enquanto Adrien caminhava até o Trocadero. Marinette estava à sua espera, como havia escrito por mensagem no dia anterior, pedindo que a encontrasse ali. O rapaz estava feliz, seria um ótimo dia para um passeio com a namorada depois de algum tempo sem vê-la com frequência. Afinal, com a vida atolada pelos compromissos como atual presidente da "Gabriel" e com a carga horária de Chat Noir aumentada, desde que Ladybug deixou o posto de guardiã e passou para as mãos novatas de uma nova heroína da criação há dois anos, mal tinha tempo para respirar.
Ele sabia, Marinette tinha feito um ótimo trabalho treinando a nova parceira dele, mas ela ainda era nova e inexperiente, precisava de ajuda mais do qualquer outra. A responsabilidade de ser guardiã e heroína era um fardo grande e pesado demais para se carregar sozinha. Adrien a ajudava e guiava como podia até achar que ela estivesse pronta, para que pudesse achar um novo portador da destruição. Além do mais, a nova Ladybug precisava de um novo Chat Noir.
Ele não poderia ser Chat Noir para sempre, não quando pensava em pedir a mão de Marinette em casamento; quando queria construir uma família com ela. Ele queria a tranquilidade de uma vida comum. Já era livre das garras superprotetoras do pai, agora preso pelos crimes como Hawk Moth. Adrien podia ir e vir como bem entendesse, era livre, não precisava mais da máscara para se esconder, agora poderia ser ele mesmo por completo. E por mais que amasse a vida de herói, não tinha mais idade, nem vontade de continuar saltando pelos prédios de Paris.
Seria um dia tranquilo, não seria?
Seria se algo não o preocupasse. Por que ele estava tão nervoso? Por que ele tinha um pressentimento ruim?
Adrien não sabia dizer, mas seus pensamentos o levaram até as lembranças de como conquistou Marinette novamente depois da perda de memória, algo que não foi tão difícil como ele pensava. Ela poderia não se lembrar e não fazer a menor ideia de quem ele era, mas ela ainda o amava. O amor insistente que ainda permanecia latente no coração dela facilitou as coisas.
O Agreste sorriu com as lembranças, fazia cinco anos que estavam juntos, e apenas um ano e meio, do qual Marinette se lembrava.
Mal percebeu quando havia chegado. A avistou de longe sentada num dos bancos característicos do local, e com um largo sorriso no rosto se aproximou. O sorriso tão característico que possuía deu lugar a tristeza que os olhos dela projetavam. O coração apertou no peito e Adrien não precisou de muito para entender quando o olhar dela o encontrou. Ele tinha culpa por aquilo.
Marinette reparou quando o sorriso dele se desmanchou, ela o amava sorrindo e ver a feição dele se tornando preocupada e apreensiva só a entristecia mais por provocar aquela reação nele. Mas ela estava decidida, a semanas pensava sobre. Precisava tomar uma atitude antes que fosse tarde demais.
Adrien sentou ao lado dela e levou a mão até o rosto da mestiça, em uma carícia na bochecha.
- Marin, o que aconteceu? Por que você tá tão triste? - os olhos dele procuravam qualquer sinal no rosto dela que demonstrasse o que estava acontecendo.
A Dupain-Cheng quis se render ao carinho dele, ela o amava tanto, mas sabia que aquele afeto seria momentâneo. Ele a deixaria de novo e sumiria como sempre.
Tinha que dizer o que queria e logo, antes que perdesse a coragem, antes que ela olhasse diretamente nos olhos. Marinette entendia que se fizesse isso, não teria coragem de fazer o que tinha que ser feito. Ela se renderia de novo ao olhar intenso, amoroso e preocupado dele.
Sem olhar diretamente em seus olhos, afastou a mão dele de seu rosto e a segurou, enquanto a encarava se pôs a falar. Tinha que ser direta.
- Nós precisamos conversar e eu não quero preocupar você, Adrien. Me desculpe por isso, mas eu não consigo, pelo menos por enquanto. Eu preciso de um tempo de nós. - uma pequena lágrima escorreu pelo seu belo rosto, a qual não passou despercebida por Adrien.

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Without Stars
FanficEm que Adrien Agreste perde a única pessoa com quem realmente se importava.