⚠️É uma carta do Sirius para o James escrita em Azkaban durante o aniversário do Black, cerca de quatro dias depois dele ter achado o Potter morto e ter sido preso, então sim, terão gatilhos e recomendo pegar lencinho⚠️
Prongs,
Por sorte encontrei um papel para lhe escrever essa carta. Ele estava no meu bolso, mas acho que você já supôs isso por me conhecer tão bem para saber da minha mania de andar com papéis para fazer dobraduras, cartinhas ou desenhos caricatos horríveis quando fico muito hiperativo.
Hoje eu faço 22 anos...
Quando eu fiz um ano... bem, eu não me lembro do meu primeiro aniversário, nem do meu segundo, ou terceiro e nem do quarto, mas tenho certeza que Walburga me vestiu de paletó, me fez ficar parado para fazerem uma pintura estúpida de mim e depois me apresentou na frente de um bando de gente chata e preconceituosa como o "Herdeiro da muy nobre e antiga casa dos Blacks".
Quando eu fiz cinco, seis e sete, eu me recusei a usar o paletó corretamente e não deixei nenhuma empregada pentear meus cabelos com aquele gel que fazia eles ficarem como pedra, além de correr pela sala de pintura e derrubar o quadro ainda molhado no chão e depois assistir os pintores terem ataques histéricos que faziam minha barriga doer de tanto rir.
No meu aniversário de oito anos, eu derrubei bebida e gritei com Bellatrix por ela ter dito que garotos não podiam ter cabelos longos como o meu durante a minha apresentação.
Quando fiz nove anos, minha mãe decidiu que seria uma brilhante ideia começar uma rivalidade entre mim e Regulus. Por que afinal, o que eu tinha a oferecer comparado a Regulus que com sete anos já sabia falar e escrever perfeitamente em inglês e francês, recitar todas as famílias puro sangue, ler livros complicados recomendados para alunos no sexto ano de Hogwarts, tocar piano e violino, sustentar conversas filosóficas e obedientes sobre a ideia de que trouxas eram abomináveis, e ainda saber já fazer alguns feitiços simples? O que o garoto hiperativo e desobediente tinha comparado a um prodígio? Foi por isso que no aniversário do Black mais novo daquele ano Walburga fez uma festa incrível, com as comidas preferidas dele, seus amigos nobres, um salão decorado, um bolo de sete andares, uma orquestra inteira e uma pilha louvável de presentes vindos de todo o continente, enquanto no meu aniversário eu fui colocado de castigo trancado dentro do porão sem nem ao menos o direito de me alimentar ou ir ao banheiro.
Estranhamente, foi somente naquele dia que eu comecei a odiar aquela mulher da qual dizia ser minha mãe.
No meu aniversário de 10 anos, eu fiquei noivo e me separei em menos de 24 horas. Eu pensei que aquele dia seria que nem o meu aniversário de nove anos, mas eu fui obrigado a cortar o cabelo (meu pai me lançou um petrificus totalus e minha mãe obrigou Regulus a me assistir chorar enquanto cortavam o meu cabelo), vestir a roupa mais formal que eu já vi (era ridícula, cheia de babados, você perderia o ar de tanto rir se me visse daquele jeito), e fui apresentado a uma garota chamada Olivia Shacklebolt, que aparentemente havia sido prometida para se casar comigo em troca que meu pai emprestasse dinheiro para o pai dela acabar com suas dívidas com prostitutas e apostas.
Os olhos de Olivia eram comuns apesar de serem azuis como vidro, não havia brilho nela... Ela falava de forma obediente o quanto queria que seu casamento fosse bonito e com um homem respeitável, para que seus filhos também fossem criados de forma "correta" e tivessem um futuro na sociedade bruxa. Ela parecia um gravador que repetia sem parar o que os outros a haviam dito que era o certo.
Seu cabelo era castanho escuro escorrido, e estava preso em um rabo de cavalo casto com cravos o decorando. Eu me lembro daquele cabelo perfeitamente pois ao me emburrecer com a festa, com o fato de não ter escolha do meu futuro, com o fato dela ser chata, de terem cortado o meu cabelo e com a minha Walburga estando orgulhosa de mim, eu simplesmente não pensei, peguei a faca de refeições da mesa e cortei todo o rabo de cavalo da garota fora.
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03\11\1981
FanfictionVocê não está mais vivo, e eu acho que eu também não estou mais...