Martins, André

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Acordei aquela manhã com beijos na nuca, me aconcheguei ainda mais nos braços da cacheada deixando que seu cheiro natural me despertasse do mundo dos sonhos.

- Bom dia flor do dia. – Ela falou ao pé do meu ouvido. – Você estava dormindo tão gostoso que nem acordou com a porta destrancando.

- Bom dia Leãozinho. – Me espreguicei na cama e só depois abri os olhos, dando de cara com dois pares de marte me encarando. Sorri feliz. – Estava sonhando com você, estávamos fora desse lugar juntas.

- Então não foi sonho meu amor, foi premonição. – Ela selou nossos lábios. – Eu te amo pequena. – Seus olhos brilhavam.

- Ama?

- Mas do que eu imaginava que seria possível. – Depois de me dar outro beijo levantou da cama e trocou de roupa, aparentemente não espera que eu dissesse se era reciproco ou não, oque eu pretendia dizer, mas então as memorias do dia anterior invadiram minha mente e o frio na barriga voltou tão forte que me fez ter enjoo.

Tentei disfarçar mais uma vez os pensamentos que me atormentavam, eu só precisava confirmar minhas suspeitas, e então poderíamos nos amar sem medo, poderia acordar assim por mais dias e dizer a ela o quanto meu coração já não me pertencia, e que cada batida dele era para assim poder aproveita-la mais. Fomos para o café da manhã como todos os outros dias, até mesmo a Flavia comia de forma tranquila e pacifica, seja lá oque elas tenham dito ou resolvido ontem surgiu o efeito desejado porque ambas estavam bem tranquilas.

- Como foi ontem? – Perguntei querendo confirmação.

- A Falcão colocou todo mundo no seu devido lugar. – Flavia falou rindo levando um olhar feio da amiga.

- Só fiz todo mundo entender meu ponto de vista. – Vitória se apressou a explicar. – Não fiz nada de mais, nem ao menos elevei a voz.

- Nem precisou. – A outra voltou a falar. – Todo mundo te respeita e pronto.

- E agora vão respeitar você do mesmo modo não é Flavia?

- Claro que sim. – Ela ergueu um braço simulando um soco no ar. A Vi parecia nervosa com a conversa, mas eu achei engraçado. – Vou indo trabalhar vai, antes que alguém me expulse da mesa de qualquer jeito. – A Flavia já estava levando quanto finalmente me toquei, a cacheada ficaria o dia todo comigo me atrapalhando de conseguir conversar com qualquer um.

- Espera. – Falei rápido de mais trazendo a atenção da mesa toda pra mim. – É... quer dizer... vocês não vão precisar resolver mais nada? Quer dizer, ontem de manhã já conseguiram tudo?

- É amor. – A loira ao meu lado pegou minha mão. – Já sou toda sua.

Forcei um sorriso, eu precisava pensar rápido em um jeito de ficar sozinha.

- Mas amor, vou passar a manhã toda na biblioteca preparando a aula de mais tarde. Se quiser pode ir ajudar ela mais um pouco, juro que não me importo. – Tentei.

- E eu não me importo de ficar com você.

- Você vai acabar entediada. – Dei de ombros.

- Na verdade Vi. – Flavia chamou envergonhada me dando esperança. – Se você não se importa, eu queria sua companhia pra ir conversar com a Hoop também. Ela me chamou pra ir lá antes do almoço. Só se você não se importar também Ana, é claro.

- Não me importo nem um pouco. – Sorri.

- Então te encontro lá Fla, vou aproveitar minha pequena um pouco antes, quando estiver na hora manda alguém me chamar? – A cacheada falou

Minha SalvaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora