O despertador tocava ao meu lado, o barulho era extremamente incômodo, mas meu corpo vencia na arte de continuar deitado, imóvel. Meu cérebro, vencendo uma batalha árdua, conseguiu enviar o comando para minha mão, fazendo com que eu arrastasse o botão da tela do celular para cima e fizesse o som, que tenho certeza que toca quando se chega nos portões do inferno, parar.
A preguiça era tanta que quase voltei a dormir, babando no travesseiro que tinha meu cheiro natural Lúpino com a mistura de meu shampoo.
Quase que meus olhos fecharam e não se abriram mais por horas, mas as batidas leves na porta me despertaram mais, principalmente quando ouvi a voz de minha mãe, acompanhada de um ranger baixo, indicando que ela estava entrando, o que foi denunciado junto ao cheiro adocicado dela.
Apenas apertei os olhos e enfiei a cabeça para baixo do travesseiro, puxando o cobertor para cobrir meu peitoral desnudo, por mais que meu próprio calor desse conta de me aquecer o suficiente.
- Deixa de ser preguiçoso, ragazzino! - Pude ouvir a risada da senhora Jeon Boah, sentindo um tapinha leve em minha coxa em seguida. - Acorda, Neném-Alfa-Gigante. - Tentou retirar o travesseiro de cima do meu rosto, mas, por minha força ser maior, eu apenas o segurei no lugar. O que foi falho, já que minha mãe puxou mais forte e eu não pude impedir por ainda estar bem sonolento.
Eu não sabia nem como estava raciocinando coisas básicas, porque se me perguntassem o meu nome eu provavelmente responderia "ananas" ou algo assim.
É incrível a minha capacidade de ser mais esquisito de manhã, fidatevi.
- É seu primeiro dia de aula do último ano, alzati! - Foi mais bruta ao puxar o cobertor de cima do meu corpo e então dar a volta na cama, deixando o travesseiro ao meu lado. O que, dessa vez, foi um ato falho dela, pois eu o puxei para mim novamente e enfiei minha cara ali, não querendo sentir a claridade batendo no meu rosto.
- Em uma escola nova. In una nuova città. Em um país novo... - Fiz questão de reforçar, com a voz saindo com uma rouquidão assustadora e abafada pelo alifafe macio.
- Lo so. - Ouvi um suspiro seu e então senti o colchão afundando ao meu lado. - É tudo novo, mas você vai se acostumar, hm? - Dessa vez, foi delicada ao retirar o travesseiro de mim e então eu abri os olhos, piscando desajeitado por alguns segundos. - O que eu te ensinei, Jungkook?
- Non lamentarti di quello che non so. - Murmurei meio embolado, piscando devagar enquanto via o sorriso dela aumentando.
- Isso. Agora levanta essa bunda seca daí e vai tomar banho pra tomar café. - Levantou-se e deixou um beijo rápido em minha testa e então caminhou até a porta, me olhando por cima do ombro antes de dizer uma última vez para que eu me levantasse.
Sozinho no quarto iluminado pelo sol fraco da manhã de Seul, me viro na cama até ficar de barriga para cima e então respiro fundo, olhando para o teto branco de meu quarto ainda não muito arrumado.
A mudança da Itália para a Coreia do Sul foi corrida, não tivemos tempo de arrumar muitas coisas ainda. Principalmente eu, que tinha enrolado muito mais do que os outros para montar até mesmo minha cama.
Só me ofereci para ajudar o carinha da internet a colocar o Wi-fi, isso eu fiz mais rápido do que a boneca de Squid Game pode dizer a frase da musiquinha viciante.
Fazendo um esforço mais dramático do que realmente necessário, retirei a coberta de cima do meu corpo e me levantei rapidamente, me arrependendo no mesmo segundo em que uma tontura me atingiu e eu quase caí de fuça no chão.
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𝑰𝒎𝒑𝒓𝒊𝒕𝒊𝒏𝒈 - 𝑇ℎ𝑒 𝑆𝑢𝑝𝑟𝑒𝑚𝑒 𝐿𝑜𝑣𝑒. *𝙹𝚒𝚔𝚘𝚘𝚔*
FanfictionJikook (Clichê Fic) Mudanças de cidade já são complicadas, a deixa de amigos e de tudo o que você está acostumado mexe com nosso íntimo de uma forma esquisita. Agora imagine mudar de país, deixar uma cultura inteira, ou quase, para trás e recomeçar...