ᴜᴍ ɴᴏᴠᴏ ᴄᴀᴍɪɴʜᴏ

ᴀ ɴᴏɪᴛᴇ ᴅᴏ ꜱᴀʀᴀᴜ

16:30

Só de ouvir os passos apressados subindo as escadas, Teresa optou por devolver imediatamente aquele vazo antigo que carregava e estudava para a estante. Os passos corridos se aproximavam e de forma calma a Imperatriz respirou fundo e uniu as mãos em frente ao seu corpo, fazendo uma contagem regressiva mental: 5... 4... 3... 2... 1

— Mamãe!!! Já deu quatro e meia! Posso começar a me arrumar agora?? — pergunta Leopoldina se segurando na batente da porta, impedindo seu corpo agitado de invadir o quarto com sua euforia.

Teresa olha para Celestina que confirma o horário.

— Si, Dina. Mas pare de correr aqui dentro, hã?! Já non tem idade para eso! — Teresa adverte sua filha mais nova que além de adulta já estava noiva e claro, era parte da realeza, deveria se comportar como tal. Mas a filha estava tão feliz que Teresa não consegue manter sua postura durona e assertiva por muito tempo, deixando escapar um sorriso.

— Está bem! Obrigada, mamãe! — a filha responde já saindo às pressas mas escuta sua mãe a chamar de volta, a fazendo recuar os passos largos dados e esticar o corpo para trás, colocando apenas a cabeça na visão da mãe. — Sim...?

— Non esqueça de chamar a sua irmã para se arrumar também.  

— Ah sim... Claro. Chamar Isabel. — Leopoldina se retira mais uma vez, colocando as mãos nas costas e concluindo que foi uma péssima ideia ficar naquela posição... — Ela que vai ser a Imperatriz e eu que tenho que ser a responsável... — murmura.

Dina deixa suas reclamações de lado e desce metade das escadas visualizando a irmã na sala central, sentada no sofá na maior calma do mundo. Sem nem esperar seu vestido parar de balançar por conta de sua movimentação acelerada, Dina chama a sua irmã.

— Isabel! Isabel! Quatro e meia! Vamos!

— Dina...! Shhh! Para de gritar aqui dentro! — a mais velha tenta corrigir os péssimos hábitos da caçula que a respondeu com uma careta. — E o evento está marcado para as sete e meia, Dina... Não precisa de tanta afobação.

— Sete e meia é para estar lá, mas caso não se lembre além de sermos a família imperial somos filhas do nosso pai que não atrasa nem um minuto! 

Isabel pondera a argumentação da irmã e se levanta, andando calmamente até Dina que quase se engolia de agonia da falta de urgência com que a mais velha vinha.

— Que bom que eu te chamei agora porque se for nesse ritmo você chega no seu quarto às dez da noite!

Elas vão para o quarto e começam a se arrumar.

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17:00

A porta de entrada da Quinta se abre e Dom Pedro II adentra a residência, secando a testa com um pano branco que carregava no bolso da casaca.