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Austin narrando.

Hoje é sábado e minha mãe já me acordou dizendo para eu ir me encontrar com a Dália para comprar o que falta pro almoço de amanhã que será aqui em casa. Todo fim de semana tem um desse, a real é que quando é aqui em casa, eu e Dália ficamos em meu quarto e quando é na casa dela ficamos em seu quarto, claro que depois de comermos. Nossos pais colocam o papo em dia, fofocam, e apesar de se verem quase todos os dias, eles firmaram que todo domingo tem que ter um almoço entre a gente e isso acabou virando uma tradição nossa, eu gosto, nos mantém juntos e sempre é engraçado, nunca é chato com eles.

Quando terminei de me vestir, lembrei de como deixei as coisas estranhas com a Dália de novo, merda, eu não queria, mas de um momento pro outro eu perdi o controle e comecei a agir estranho. Só que isso acaba agora, sem essa, é a Dália porra, minha melhor amiga, e daqui em diante não vou ter que pensar em mais nada além disso.

Não tem porquê eu ficar estranho com ela, aquele dia foi algo a parte, não vai mais acontecer, não vai mesmo. Não sei nem o porquê de eu ter ficado daquele jeito, foi só doidera da minha cabeça, é isso.

Saio de casa sem nem tomar café e hoje estava um calor insuportável, puta merda, queria tanto ter uma piscina em casa.

Subo as escadas que dava até a varanda de Dália, até hoje não entendo porquê tem uma escada aqui e não tem uma porta para entrar no quarto. Respiro fundo antes de levantar sua janela e quando o faço encontro Dália vestindo sua camiseta, amém! Senhor, glória!

Dália se dá conta da minha presença e revira os olhos. Ela diz odiar que eu entre sempre por aqui, mas sei que no fundo ama isso. Me jogo em sua cama e ela põe as mãos na cintura me encarando.

— Sério? Nem um bom dia antes e você já vem bagunçando a cama que eu acabei de arrumar. — ela tá puta, ela fica linda assim, por isso eu gosto de irritá-la.

— Bom dia, princesa. — dou um sorriso e ela bufa abrindo a porta do quarto, me dando as costas em seguida.

Levanto rapidamente e rio quando ela bate a porta quase na minha cara. A abro e faço o percurso até o andar de baixo, tendo a visão de seu cabelo caindo em uma cascata loira escura brilhante. Ela balança o cabelo batendo ele na minha cara de propósito e eu sem querer quase como cabelo.

— Nojenta. — balbucio e ela nem olha pra trás.

— Austin! — a mãe de Dália me chama alegremente.

— Tia! — falo da mesma forma e a abraço de lado, deixando um beijo em sua bochecha.

— Já vão sair? — ela pergunta mexendo no meu cabelo e eu assinto.

— Já to com o dinheiro aqui, relaxa. — sorrio para ela quando a mesma ia pegar sua carteira.

— Ok, vou deixar que dessa vez você pague. — ela sorri pra mim e eu manejo a cabeça como quem diz pra não ligar pra isso.

— Vamos então? — Dália chama a nossa atenção e eu vou até o outro lado da sala, ficando ao seu lado. — Tchau, mãe!

— Bora po — ela abre a porta e sai antes de mim, mas ai me lembro que não vi seu pai ainda. — E o tio? — questiono à mãe da Dália.

— Ainda dormindo, querido. — ela ri e eu retribuo.

— Fala pra ele que ele tá velho já e nunca vai vencer de mim, rapidinho ele acorda. — ela ri concordando e pede para voltarmos logo, assinto e saio em busca de Dália.

Encontro ela já no portão e impaciente.

— Pensei que iria querer que a minha mãe passasse um cafézinho também pra vocês sentarem e colocarem o papo em dia. — nega com a cabeça e sai andando.

— Desculpa se pelo menos um de nós tem educação! — grito pra ela e bato o portão.

— Eu tenho educação! Mas também não fico enrolando na hora de sair. — ela reclama e eu reviro os olhos.

— Vamos comprar sorvete? — mudo de assunto como quem bebe água, tá muito quente hoje e um sorvete agora seria ótimo.

— Você quem sabe... Você quem vai pagar. — ela diz como quem não quer nada mas me olha com aquele olhar pidão e mesmo se eu não fosse comprar antes, agora eu iria, dificilmente consigo negar algo à ela.

— Então sim, iremos comprar sorvete. — rio quando ela pula em cima de mim e quase caímos no chão.

Temos uma energia caótica na nossa amizade, uma hora brigamos e em outra já estamos assim.

Ela volta a se estabeler em pé e continuamos nosso percurso até o supermercado que não era muito longe.

Assim que o adentramos, ela já pega um carrinho e nós vamos até as áreas das coisas listadas pela minha mãe na lista que ela me passou pelo celular.

— Tem que pegar umas caixinhas de creme de leite e tomates ainda. — digo analisando a lista.

— Vou pegar o creme de leite, vai nos tomates, eu não sei escolher os bons. — ela sai empurrando o carrinho em busca do creme de leite e eu vou até a área que fica os tomates.

Pego um saquinho descartável e começo a escolher alguns. Antes que eu pudesse terminar, Dália já estava de volta.

— Ainda escolhendo? Caraca. — ela para o carrinho ao meu lado e se apoia nele, me observando.

— A pressa é inimiga da perfeição, querida — debocho e ela me imita engrossando a voz. — Não falo assim!

— Quase igual. — jogo um tomate nela e por pouco ele não cai no chão sujando tudo.

— Imbecil. — ela briga comigo e eu rio da sua cara.

— Você parece com esse tomate, sabia? Depois que termina de treinar — ponho ele ao lado do seu rosto e rio ainda mais. — Iguaizinhos, rosto redondinho e vermelho. — sorrio pra ela e a mesma só falta avançar em cima de mim.

— Você é ridículo. — eu nego com a cabeça ainda rindo e amarro o saco de tomates.

— Vem, vamos atrás do sorvete agora. — deixo ela empurrar o carrinho e ela fica literalmente parecendo uma criança pegando impulso para depois subir, quase se desequilibrando.

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Cap pequeno, mas os próximos compensam!!

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My other halfOnde histórias criam vida. Descubra agora