Capítulo 2

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𝘽𝙖𝙟𝙞

  No caminho de casa, Smiley e o Angry não paravam de falar de novos games que iam ser lançados. A cada dois minutos, eu tentava participar dizendo:"Eu vi, é maneiro, esse deve ser muito irado", mas na verdade não parava de pensar como ia fazer uma coisa que nunca tinha feito na vida.

  Na verdade eu já tinha chegado bem perto de um diário uma vez. Um dia, na casa do meu amigo Hakkai, conseguimos pegar o da Yuzuha, a irmã mais velha dele, que tinha saído com as amigas. O Hakkai sabia direitinho onde ela escondia por diário e então, quando o Yuzuha voltou, propusemos uma troca ótima. Quer dizer, ótima só pra termos alguma coisa importante para atrair a atenção de quem vive nos chamando de fedelhos  e tratando a gente feito criança. No caso da Yuzuha, o diário era "a coisa mais importante" da vida dela, como ela mesmo dizia. E então não foi tão difícil conseguir rapidinho o que a gente queria, uma troca bem justa--ela usa sua semanada para ajudar a gente a completar nosso álbum de figurinhas. Então , eu até tenho uma história de diário, mas nunca li um, muito menos sei como escrever.

  "Mas tudo na vida tem jeito" é a frase preferida da minha mãe quando está de bom humor, oque costuma acontecer na quarta-feira à noite, quando ela esta de folga de seu trabalho, meu pai sai para jogar futebol e ela chama algumas amigas para fofocar dentro de casa. E foi nisso que eu estava pensando quando bati na porta do Yukki, o animal do meu irmão mais velho, para ver se ele podia me ajudar.

  O Yukki não é bom aluno, não parece muito inteligente, mas tem uma coisa que, como ele diz "todo muleque que quer se dar bem na vida tem que ter". Um negócio que ele chama de lábia, que não sei direito oque significa, mas acho que tem aver com a boca, com o lábio, e, como todo mundo sabe, boca e um negócio importante pra caramba hoje, já que ninguém está a fim de continuar no S.S--só no selinho--por muito tempo.

  Bati uma, duas vezes no quarto do Yukki e nada. Resolvi entrar. Só que não era para ter entrado. Entendeu? Quer dizer, quando entrei, vi Yukki e a Umi, a namorada (ou ficante) dele, em seu colocar se beijando. Quer dizer, acho que foi isso que vi, porque logo em seguida tomei um travesseiro bem na cara e tive que sair de la correndo. Fui para meu quarto e coloquei os fones de ouvido, assim  não podia ouvir ninguém me chamar. Fiquei assim por um tempo, deitado, até que de repente o Yukki e a Umi apareceram e fecharam a porta. Pensei que eles fossem aprontar alguma comigo, mais para minha surpresa, foi a Umi quem falou. Ela que no colégio nem olha na minha cara.

  _Baji, acho que você não entendo du bem o que estava, a gente pode explicar...
 
  Então, meio que gaguejando respondi a cortando no meio da fala

  __Eu no vi nada... Vocês acertaram com o travesseiro no meu olho.

  __Bom, melhor assim. De qualquer forma, pra gente não deixar uma impressão ruim, vamos fazer um acordo... Topa? Por exemplo, eu posso, ajudar em alguma matéria quando você precisar. Oque acha?

  Fiquei em silêncio por alguns segundos. Primeiro por que eu não sabia oque responder, segundo porque, pensando na história com o Hakkai, percebi que podia conseguir algo em troca. Quer dizer... Podia conseguir ajuda na única coisa que me interessava... Enquanto o Yukki me olhava com uma cara tipo "Vai logo muleque", um milhão de perguntas e ideias passaram pela minha cabeça. Mas só uma frase acabou saindo da minha boca.

  __Preciso escrever um diário!_falei um poço empolgado
 
  __Um diário? Que diário muleque? __Yukki já estava louco para me dar uns tapas.

  __Um diário que possa levar para o Chifruda ler, e que deixe ele louco de vontade de ficar comigo__falei desviando o olhar e senti minhas bochechas esquentarem tinha certeza que estavam vermelhas.

  __Peraí, Baji Keisuke, me esplica isso bem direitinho pra mim!__a Umi disse, e já e sentou ao meu lado  na cama. Eu expliquei do que precisava, ou seja saber tudo sobre um diário.

Pra Ficar com ele (cancelada) Onde histórias criam vida. Descubra agora