Chuvas (e trovoadas) de ideias

128 11 2
                                    

Eu  queria escrever várias páginas do diário durante o fim de semana de qualquer jeito. Assim, na segunda, poderia mostrar alguma coisa para Fuyu, nem que fosse feito um trailer de filme, além de não dar moleza ao "fator Paulinha ". O problema é que demorei um tempão para escrever o primeiro trecho, e o pior é que quando eu acabei, me senti exausto, mais até do que se tivesse feito dias provas seguidas de matemática. Percebi que esse negócio de diário da um trabalho danado, e que, como o próprio nome diz tem que ser todo o dia. Tentar escrever de uma vez só no fim de semana parecia loucura.

No sábado de manhã resolvi dar uma volta de moto com o Draken e os irmãos kawata. Andamos um bocado de tempo e então uma coisa engraçada aconteceu. Enquanto a gente pedalava, minha cabeça parecia uma tela de cinema, passavam diversos trechos da minha vida. Deu uma vontade danada de escrever, parecia que a história do diário tinha liberado um monte de coisas que eu tinha esquecido. Resolvi voltar para casa para ver se conseguia colocar uma parte daquelas ideias no papel.

Cheguei e me tranquei no quarto. Fiquei lembrando a cara dos kawatas e do Draken que não entenderam nada quando eu disse que iria embora escrever. Eles tiveram tempo de reclamar, tão maluco parecia com aquele papo. Pensando no Draken e nos kawata, lembrei de quando a gente era pequeno envolta do parque perto de casa. Eu sei que todo muleque gosta de correr com a turma, mas nossa história e bem engraçada-pelo  menos eu acho-. O pai dos kawata era piloto de motocross, e de vez em quando a gente ia ver as corridas. Então, quando a gente brincava na praça, tenta vamos imitar as motos, quer dizer, a gente vira a cabeça nas curvas, como os pilotos têm que fazer;  e, para deixar a cena inda mais absurda, usávamos luvas e toucas tentando imitar o uniforme deles-di na minha cabeça que aquilo parecia um uniforme de piloto! -, isso tudo debaixo do sol. Acho quando a gente parecia maluco para qualquer um que passa-se na praça. Acho não,tenho certeza.

Nessa época, numa das corridas, uma senhora que estava passando na praça, quando viu o Draken correndo todo encapotada, de luva e touca, pensou que ele fosse algum assaltante que estava fugindo e começou sua gritar "Polícia! Polícia! Pega ladrão!". Por sorte, não havia nenhum polícia passando por lá naquela hora. Era só oque faltava, o Draken, com no máximo sete anos de idade, ser preso!

Resolvi colocar essa história e outras que lembrei no diário, até das brincadeiras com Fuyu na pracinha. Na época nem achava que ele-ou qualquer outro alguém-fosse bonito, mas lembro que a mãe dele vivia falando para minha mãe que nos íamos nos casar quando crescesse-bem que podia mesmo ser verdade... -. E também que eu era muito bonitinho -por que as mães, e não os filhos falam isso da gente? -

Na época eu não gostava de brincar com o Fuyu achava muito chata as brincadeiras que ele queria fazer -só de pensar que hoje eu daria tudo pra ficar um minuto que fosse com ele-ou. Fui então coloca tudo no diário e, quanto mais escrevia, mais histórias apareciam, até que, de repente, minha mãe abriu a porta do quarto com uma cara meio preocupada.

—Keisuke,você não vai almoçar?esta a horas enfurnada nesse quarto—dizia ela

—É? —perguntei sinceramente, sem ter a mínima noção do tempo.

—Já chamei para almoçar três vezes,e você nem para me responder no máximo um "não"—falou a mais velha de estatura média com os cabelos pretos, olhos dourados parecidos aos meus.

—Chamou? —Repeti, me sentindo como se estivesse em outro mundo-e na verdade estava-olhan para trás visualizando sua face meio irritada eu acho.

—Ô Keisuke! Você está me achando com cara de tonta muleque? Deixa de onda, que história e essa de ficar trancado no quarto?—Falou fazendo meus olhos visualizar o quarto.

—Eu to escrevendo —respondi, como se fizesse isso todos os dias. Mas, naquele momento, isso realmente parecia verdade.

—E escritor por um acaso não come?—Minha mãe provávelmente já estava perdendo a paciência.

Dai ela me olhou com a cara que ela só fazia quando estava muito nervosa. Para evitar futuros problemas, resolvi dar um tempo com o diário e fui comer. Só, que enquanto comia,minha cabeça não parava, e eu ainda tinha que fingir estar prestando atenção no que minha mãe dizia. Assim, logo que terminei com o almoço, para não correr o risco de perder alguma ideia-e de ter que ouvir minha mãe me perguntando coisas em que eu não queria responder-, voltei rapidinho para o quarto. Tinha umas dez mensagens do Draken no meu celular, que respondi e logo voltei a escrever no diário. Era como se eu estivesse quase conseguindo ultrapassar a última fase de um jogo: não podia parar, tinha que chegar até o final.

Revisado:Noop

「Total de palavras:840」

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Jan 25, 2022 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

Pra Ficar com ele (cancelada) Onde histórias criam vida. Descubra agora