Capítulo Único

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Junho de 1976 - Sangue Ruim

Se existe uma coisa que Lily odiava era ser vista chorando, se tinha algo que odiava ainda mais era chorar em público. E por muito pouco aquilo não aconteceu, Snape a chamará de sangue ruim. Como seus amigos alertaram que aconteceria, Mary insistia a tempos que o ouvia chamar nascidos trouxas assim, por que não ela?!

De qualquer forma, agora não importava mais. Ela sabia que a partir do momento que entrasse no castelo, Potter retomaria o seu show de horror terrivelmente enfurecido por ter escutado algumas verdades. Sentiu se um pouco culpada por não ajudar Severus, mas depois passou - ele não merecia sua ajuda e compaixão, pelo menos, não mais... Ela repetia isso como um mantra para não se culpar, precisava ser firme, não voltaria a ser amiga de Snape.

Quando Mary chegou no dormitório, Lily saia do banheiro já vestida com sua camisola cansada de tanto chorar. MacDonald não parecia ter boas noticias pois a olhava com certo receio.

- Vamos, Mary, diga logo. - Falou Lily ajeitando os travesseiros e cobertas para se deitar.

- Eu estava entrando pra a comunal e Snape estava lá... sabe, no retrato da Mulher Gorda, andando de um lado pro outro... Tive que cochichar a senha para ele não ouvir - Contou, mas por mais que Lily estivesse curiosa para saber mais, não fez nenhuma pergunta. - Ele está ameaçando dormir lá.

Evans suspirou.

- Espero que tenha uma boa noite de sono, então.

- Lily, pelo que eu soube, os Marotos ainda estão prerambulando pela escola... Vão chegar e vê-lo lá, vai ter a maior confusão. - Explicou andando até a amiga.

- E agora você se importa? - Perguntou deixando um riso fraco escapar pelo nariz. - Achei que seria a primeira a me parabenizar por terminar a amizade com ele...

- Não pense nem por um segundo que fico feliz em te ver assim! - Brigou. - Ele te fazia mal, Lily. E não estou dizendo pra você descer e fazer as pazes. Alice deve ter falado com você sobre como as coisas terminaram mais cedo. - E ela realmente havia dito.

Prewett contou que depois que Lílian foi embora, James realmente continuará com o seu pequeno espetáculo e que só foi parar quando o professor Flitiwick saiu para ver qual era a confusão que estava acontecendo do lado de fora. Frank acrescentou que muitas pessoas falaram que era um duelo amigável para treinar para as provas práticas e todos saíram impunes.

- Por pouco a Grifinória não perdeu pontos, duvido que terão a mesma sorte. E você é monitora. - Persuadida, ela decidiu descer.

Apanhou o robe que estava jogado em cima de seu malão e o vestiu rapidamente para sair do quarto. Abriu a porta de madeira que rangeu e estalou a fechou com um pouco mais de força do que deveria e desceu as escadas apertando o robe ao junto ao corpo.

No final da escada ela já percebeu que a sala comunal estava vazia, a lareira crepitava com um fogo baixo deixando claro que não fazia muito tempo que alguém havia subido. Tomando coragem começou a andar em direção ao buraco do retrato, repetindo internamente que Snape não merecia mais o seu perdão.

O retrato girou se abrindo para o corredor, Snape que se cansou de andar de um lado para o outro se sentara ao lado do quadro para esperar. No entanto, assim que o retrato se abriu ele ergueu o olhar e ao ver Lily se levantou de imediato dizendo:

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