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A N G E L I N A J O L I E
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Ao estacionar na garagem do prédio, respiro fundo, tentando reunir coragem para enfrentar Brad. O som da porta do carro se fechando ecoa, e a caminhada até o elevador parece mais longa do que o normal. Minha mente ainda está presa no que aconteceu mais cedo, nas palavras não ditas e nas emoções não resolvidas. Antes de destrancar a porta, ouço uma música suave vindo de dentro. Entro e vejo meu marido sentado no sofá com uma taça de vinho, a camisa ligeiramente desabotoada. Suspiro, reconhecendo essa dança. Olho para ele com uma mistura de cautela e aborrecimento, as mãos nos quadris.

- O que está acontecendo?

- Estamos fazendo as pazes... - Levanto uma sobrancelha cética, não acreditando muito na explicação dele. Cruzo os braços, ainda cautelosa.

- "Fazer as pazes" geralmente não envolve música sedutora. - Ele bate no lugar vazio ao lado dele.

Hesito por um momento, sem saber o que fazer. Ainda estou irritada com ele, mas vê-lo com esse comportamento suave e aquela taça de vinho... tem seu efeito sobre mim. Com um suspiro, caminho até o sofá e sento-me ao lado dele, minha expressão ainda um tanto desconfiada. Olho para a taça de vinho na mão dele e minha língua se projeta para umedecer os lábios, revelando uma pista do que estou pensando. Tento parecer indiferente, mas minha linguagem corporal me trai. Minhas pernas estão cruzadas, uma delas roçando na dele. Olho para ele através dos cílios, observando cada detalhe de seu rosto, o formato de seus lábios, a maneira como seu pomo-de-adão se move quando ele engole...

- Eu sei que errei - ele começa, servindo uma taça para mim. - Várias vezes... - Pego a taça dele, nossos dedos se tocando por um momento. Tento ignorar a faísca que passa entre nós quando se tocam e tomo um gole do vinho, meus olhos nunca deixam o rosto dele.

- "Várias vezes"? - Zombo, descruzando as pernas. - Isso é um eufemismo.

- Ah, é? - ele pergunta com um sorriso leve, apoiando o braço no encosto do sofá. - Que termo você usaria?

- "Crônico" vem à mente - respondo, minha voz cortante e comedida. Tomo outro gole do vinho, meus olhos cintilando sobre ele, observando a maneira como sua camisa se estica sobre seu peito. Ele ri suavemente, desviando o olhar.

- Sinto muito, meu amor. Fui um babaca, você está certa. - Meus lábios se contraem involuntariamente em um pequeno sorriso diante da resposta dele. Tomo outro gole do vinho, meus dedos brincando com a haste da taça.

- Bem, pelo menos você finalmente admitiu. Mas vai levar mais do que algumas desculpas e uma taça de vinho para consertar isso.

- Eu sei... - ele murmura, olhando profundamente nos meus olhos enquanto desliza sua mão livre pela minha coxa, provocando arrepios em minha pele.

Tento não reagir ao toque dele, mas não consigo evitar. Cruzo as pernas novamente, dessa vez prendendo a mão dele entre minhas coxas. A proximidade dele, o calor do corpo dele... é quase demais para eu suportar.

- Então, qual é o seu jogo aqui? Acha que pode simplesmente se safar dessa com alguns toques e palavras? - Minha voz sai mais suave do que pretendia, um traço de vulnerabilidade escapando. Ele balança a cabeça lentamente, seus olhos fixos nos meus, a intensidade deles me fazendo sentir nua.

- Com muitos toques e poucas palavras - sussurra perto do meu ouvido, sua voz rouca.

Meu coração bate acelerado, minha respiração fica superficial. A proximidade dele, o cheiro do vinho em seu hálito, o calor da mão dele na minha pele... tudo contribui para o turbilhão de emoções dentro de mim, tudo está me afetando mais do que eu gostaria de admitir. Posso sentir o calor se acumulando em minha barriga, minha determinação enfraquecendo a cada momento que passa. Eu tomei outro gole de vinho, tentando me recompor.

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⏰ Última atualização: Jul 05 ⏰

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