when the party's overvocê se acostuma a ver as pessoas indo. e elas sempre vão. já não fazem
esforço pra ficar. passam, trocam palavras e vão. me pergunto pra onde,
porque estão sempre apressadas. olham nos olhos. pedem qualquer coisa. e vão. você se acostuma a acordar no dia seguinte e nada. nenhuma mensagem.
nenhum adeus. nada que sobre e que fique estalando na memória. seria mais
fácil se tivesse um fim. mas às vezes não tem. às vezes, quem recria um
possível fim é você. e o quão doloroso isso é, recriar um possível fim. recriar,
porque o âm não veio. porque não foram capazes de entrega-lo a você.
porque a única sensação entregue foi a de abandono. a partida. a certeza do
nunca mais. você se acostuma a ver as pessoas indo. e um dia, quando alguém
vem pra verdadeiramente âcar, você, acostumada a ver todos irem, só abre a
porta e fãz um audacioso convite: não quer ír embora também? você não
acredita que esse alguém vá âcar. e ele até ficaria - esse sim. mas não ficou.
você o recebeu com prazo de validade.com as portas já abertas.com os olhos
mirando a despedida. você o recebeu com trauma, já dizendo que seria
impossível dar certo. e foi isso que aconteceu. mas ainda existe uma lição:
quando o próximo vier, não levante a guarda. não abra as portas e o convide
pra ir embora. não se feche assim pro amor. não se feche para a dor que pode
pairar sobre a sua cabeça também. e o mais importante: não se defenda de
sentir tudo ao mesmo tempo, ainda que depois não reste nada. nem ninguém.
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Textos cruéis demais para serem lidos rapidamente- onde dorme o amor
PoesíaMeu segundo livro favorito de poesias. Autor do livro e o Igor Pires. Recomendo muito