Changements

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Anahi arfava sobre o piano, tomada pelas sensações que a língua dele sobre sua intimidade causavam. Seu collant havia sido rasgado, assim como suas meias, mas ela não se importava. Suas sapatilhas batiam contra o piano toda vez que a língua dele circundava seu clitóris. 

As unhas dela arranharam forte a nuca dele quando  gozou. Alfonso ergueu o rosto entre as pernas dela, querendo absorver cada expressão dela ao se entregar ao orgasmo. O olhar dele era pesado, cheio de desejo e isso a deixou ainda mais excitada. Ele foi subindo, arrastando a boca entreaberta na pele arrepiada da barriga dela, a barba de dois dias fazendo ela rir em meio ao tesão por causa das cócegas. Quando chegou aos seios e fechou a boca sobre um dos mamilos, o riso dela morreu, se transformando em um gemido. Ele mordiscou de leve, assoprando em seguida. Estava torturando-a em cima do piano.

— Alfonso, por favor. — Ela implorou, sem saber ao certo pelo quê.

— O quê? Pede, eu quero ouvir você me pedindo com essa sua boca suja que é só minha. — Disse, já com a boca ao pé do ouvido dela. Aproveitou para mordiscar o lóbulo e arrastou o nariz pela nuca dela, absorvendo o cheiro que tanto venerava.

— Me come. Com força.—  Já estava completamente fora de si.

— Seu desejo é uma ordem, madame. — Ela saiu de cima dela, se posicionando entre as pernas.

Felizmente para os dois, o piano era da altura certa.
Alfonso não foi delicado. A penetração foi forte, fazendo-a gritar. Ganhou um ritmo brusco muito rápido, fazendo Anahi ir e vir em cima do piano.

— Eu vou gozar outra vez. — A cabeça dela tombou para o lado, as mãos massageando os seios já doloridos.

— Vai. E eu vou te comer de novo. E de novo. Vai sair daqui daqui com a buceta toda ardida de tanto dar pra mim.

— Isso, assim. Ai, eu não vou aguentar. — choramingou.

— Vai sim. Isso, engole tudo. — Ele se enterrou todo dentro dela, o barulho dos corpos dos dois se chocando soando como música para os ouvidos.

Ela trincou os dentes para não gritar, sentindo o orgasmo se formar dentro de si. Adorava quando ele falava com ela daquela forma, se sentia muito mulher. Mulher dele. O orgasmo seria violento, ela podia sentir, estava prestes a arrebatar seu corpo todo…

...e ela acordou.

Estava escuro em seu quarto e ela se ergueu de supetão na cama, respirando pesadamente. Olhou para baixo e percebeu seu pijama amarrotado, a cama bagunçada, os seios gostosamente doloridos.

Suspirou e voltou a se deitar, encarando o teto. Fora um sonho tão vívido que ela ainda se sentia quente, pulsando. Mas não era exatamente isso que mais a incomodava agora.

Desde o momento dos dois na sala, ela se sentia diferente. Não sabia explicar o que era exatamente, mas percebeu que aquele momento dos dois tivera um significado muito especial. Toda vez que ele se aproximava dela, mesmo que para corrigi-lá, se sentia inquieta. Quando ele ensaiava alguns passos com ela, se sentia estranhamente contente com a aproximação dele.

Passou o dia inteiro pensando nele, nos dois, mas ainda não havia conseguido chegar a nenhuma conclusão.
Se remexeu em sua cama. De tanto pensar nele, as preocupações com o espetáculo tinham cedido espaço em sua mente. Aquilo de certa forma a afligiu, pois não queria que nada atrapalhasse seu foco. Tinha que dar um jeito de parar com aquilo,  tinha que trazer de volta o ballet e o seu momento para o centro de seu mundo. Nem Alfonso nem ninguém poderia tomar aquele espaço. 

Com essa resolução em mente, ela voltou a fechar os olhos para dormir. Mas como explicar ao seu coração idiota, que insistia em se contorcer dentro do seu peito cada vez que o via, que Alfonso não podia ocupar um lugar em sua vida?

Nas Asas do CisneOnde histórias criam vida. Descubra agora