01 - Mudanças

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Revisão

O lúpus olhava algumas papeladas jogadas encima de sua mesa, quando Xichen entrou sem bater, confuso sobre a cena anterior do irmão e chefe, com um dos traidores do bando.

— Wangji, tem certeza? — soou preocupado — um ômega? Por 15 milhões?

— Só a parte daquele velho — deu de ombros, voltando a atenção as folhas.

— Por que? É só um ômega, há mais por aí

— Mas seria problemático procurar um para satisfazer os caprichos de meu pai — bufou, jogando as folhas que segurava contra a mesa. Serviu-se com um pouco de whisky da garrafa que descansava na estante ao lado. Xichen o analisava com atenção, até suspirar e jogar-se contra a poltrona vaga.

— Ele quer netos? Estamos falando do mesmo homem? Seu pai? Aquele alfa lúpus que já matou milhares sem misericórdia alguma e construiu esse império? — riu desacreditado, servindo-se também da bebida.

— Isso mesmo — encostou as costas no estofado da cadeira giratória, fechando os olhos, para suspirar novamente — ele acha que eu preciso fazer isso agora, enquanto sou jovem, para garantir os herdeiros e ter um companheiro — esfregou as pálpebras fechadas, tentando manter a sanidade. Estava sentindo-se atado pelo seu pai e seu querer. Não poderia recusar. Era uma das poucas coisas que o mais velho já havia exigido em toda sua vida.
Seu pai sempre fora muito liberal, então era de se esperar que fosse difícil recusar aquele pedido.

— Mas o garoto, e se ele não tiver genes bons para isso?

— Não entendi — ergueu a cabeça novamente, para olhar o outro alfa.

— Bem, você e seu pai são lúpus, não seria melhor achar um ômega lúpus? Pra continuar a linhagem pura, ou algo assim — gesticulou com as mãos. Jeon finalmente entendeu, assentindo.

— Ele não está sendo exigente sobre isso, na verdade. Contei sobre o ômega e ele já se animou sobre tudo isso. Nem se importou sobre a família do garoto ou do porquê ser ele — deu de ombros, terminando a bebida em um gole, pegando de volta alguns papéis — creio que ele ficará no pé desse ômega, para fazê-lo entrar completamente na família e paparicá-lo

— Ah, então tá — riu soprado, ficando ainda mais relaxado na poltrona.

🐀 . 🐀 . 🐀

Mais um dia naquela maldita casa, com os gritos histéricos e raivosos de seus pais ecoando por todo lado. O ômega, Wei Wuxian, se encolhia o quanto podia no banheiro de seu quarto, escutando os xingamentos de seu pai com sua mãe.
Aparentemente, seu tio estava encrencado e havia feito algo ruim.
Segurou firme em seus cabelos castanhos, os puxando, enquanto sentia lágrimas quentes e grossas rolarem por suas bochechas vermelhas.

— Não aceitarei isso! — sua mãe gritou, sendo escutado em seguida, um som estalado de um tapa.

— Seu maldito irmão se colocou nisto! Além do nosso próprio filho!

Não acreditou no que havia escutado, e tentou permanecendo parecer surdo e não ouvir mais nada, mas era praticamente impossível.

— Ou é seu irmão, ou nosso filho bastardo! — o alfa gritou alto com a mulher, que já se encolhia e mantinha-se calada, após uma longa discussão. Seu filho sempre fora repudiado por seu marido, por ter nascido homem e ômega, o que ao seu ver, não possuía nada de ruim, diferente, ou asqueroso, como seu irmão e próprio marido diziam — Mongi é nosso primogênito e alfa, podemos investir nele — segurou a raiva que sentia, para tentar convencer a esposa — você ama seu irmão, mas ele pode ser morto se não entregarmos Wei Wuxian.

Um ômega para o primogênito LanOnde histórias criam vida. Descubra agora