You would never know.

Você nunca saberia

Changbin estaciona o carro em frente ao apartamento que antes dividirá com o melhor amigo, logo se mudaria para a nova casa que já tinha comprado junto a sua noiva, não morava mais ali, mas ainda tinha a chave do local. O apartamento avia sido uma cortesia do pai do Bang ainda quando os dois estavam na faculdade, Christopher morava em uma casa em um dos bairros mais ricos de Sidney junto a esposa, e por mais que os dois não morassem mais lá, ambos tinham um grande apreço pelo local aonde tinham vivido durante anos, assim o deixando fechado a maioria do tempo, mais sempre estava lá caso precisassem.

Ao sair do carro e ligar o alarme do mesmo foi em direção ao prédio, cumprimentando o porteiro e entrando no elevador, apertou o botão do terceiro andar e viu as portas da máquina gigantesca se fecharem, permaneceu inquieto enquanto as portas não se abriam, avia ficado chateado pelo amigo não ter aparecido em sua despedida de solteiro mais já imaginava o que poderia ter acontecido.

Ao que as portas se abriram saiu, indo em direção ao apartamento e pegando o bolo de chaves em seu casaco demorando alguns segundos até encontrar sua chave do local, a colocando no tranco e entrando no apartamento, em seguida fechando a porta novamente.

O local permanecia da mesma forma que estava da última vez que esteve lá, nada avia mudado, por um segundo se sentiu nos tempos de universitário novamente, lembrava-se de quando avia vindo para a Austrália e o quão complicada foi sua comunicação com o australiano a primeira vez que o viu, a final, não sabia falar inglês, mais o loiro se dispois a o ajudar e desde aquele dia viraram amigos.

- Christopher? - Caminhou pelo local a procura do amigo logo o achando escorado sobre o batente da sacada do apartamento, se aproximando dele e logo parando ao seu lado. - Você não foi a despedida de solteiro, achei que estaria aqui. - Continuou a o observar e que percebeu que o outro não diria nada. - Você e a Elizabeth brigaram de novo? - Pergunta ao ver o estado do amigo sendo o mesmo que sempre ficava quando tinha uma briga com a mulher. Era o que imaginava, Christopher sempre ia ao apartamento após uma briga com a esposa. Cabelos bagunçados, olhos cansados, e a garrafa de vodka em mãos indicavam que sua suposição estava certa.

- Eu pedi os papéis do divórcio - responde simplista.

- Foi tão ruim assim? - o outro diz ao que se debruça no batente da varanda juntamente ao australiano.

- Você não tem ideia - diz soltando um riso fraco ao lembrar o como a mulher tinha reagido a tudo o que tinha dito, logo bebendo mais um gole da bebida.

- Mais você me disse que a amava, então porque pediu os-

- Eu menti, sempre menti - ao cortar a fala do outro, percebe também a confusão em seu rosto.

- Porquê...? Eu não entendo...

- Se você realmente quer saber, eu nunca fui apaixonado, em todos esses anos, Elizabeth, e todas as outras, não era apaixonado por nenhuma delas, só ficava com elas para tentar esquecer uma pessoa, só me apaixonei uma vez, por uma pessoa que eu não poderia ter. - diz e o moreno logo percebe um sorriso melancólico brotar nos lábios do amigo.

- Christopher, do que você está falando...

- Sabe, eu comecei a gostar daquele garoto quando tinha dezoito anos, e nunca mais consegui parar, até porque ele sempre estava ao meu lado, então era impossível o esquecer. - olhava para baixo enquanto refletia sobre todos os anos que aviam passado, todos os anos que avia aguentado e guardado aquilo pra si, mais não suportava mais.

- Garoto? Christopher...

- Já fazem quatorze anos Changbin, e você nunca saberia, mais eu não aguento mais, nesses quatorze anos, eu nunca parei, um minuto se quer, de te querer. - encarava o homem ao seu lado ao que o via ficar confuso com o que dizia, voltando a olhar para a vista a sua frente, voltou a falar - É hilário sabia? o amor é a única coisa que pode te salvar, assim como pode te destruir, e tudo de uma linda forma. Eu me sinto um idiota por nunca ter conseguido ficar feliz por toda vez que você chegava e falava de uma nova pessoa, todos esses anos...Droga, eu só tinha que ser uma coisa, só tinha que ser somente seu amigo, mais até algo tão simples eu consegui complicar, me sinto enojado de lembrar todas as vezes que o quis, um amigo não deveria querer ter com o outro o que eu queria, mais mesmo que eu quisesse muito ignorar isso, nunca parei de te amar, nunca disse a você, não faria diferença, mais eu fui covarde, poderia ter tentado, porém não o fiz, e o resto de coragem que poderia aver no meu corpo sumiu ao ver você entrar pela porta e me dizer que estava apaixonado pela garçonete nova da lanchonete da esquina.

- Se lembrava de todas as vezes que o Seo avia chegado animado no apartamento que ambos dividiam logo falando sobre uma nova paquera, e também se lembrava bem do sentimento que o corroía por dentro toda vez que se lembrava que nunca seria o motivo da animação do amigo, bem, pelo menos não por isso. - Eu só queria que isso parasse.

Ao que voltava sua atenção a varando do local, via a reação de choque no rosto de Changbin, que o encarava ao seu lado.

- Não me olhe assim - diz ao soltar o ar pelo nariz dando um sorriso falso bebendo mais um gole dá vodka, essa que desce queimando por sua garganta, odiava aquilo, e odiava mais ainda o como ficava sempre que se rendia aquilo.

- Porque nunca me disse?!

- E que diferença faria? - diz simplista sorrindo ao se lembrar de quando o amigo tinha lhe perguntado qual anel seria melhor comprar, o sentimento voltando aos poucos no peito ao dizer - Você é apaixonado pela Maggie

- Nem sempre foi assim!

- Me deixe sozinho

- Christopher

- Eu preciso ficar sozinho.- diz ao novamente levantar o olhar, admirando a lua que tinha nuvens acinzentadas envolta, o dia lhe tinha sido horrível, mais agora, poderia prosseguir a vida com um peso a menos. por outro lado, Changbin tinha milhares de dúvidas sobre o que avia acabado de ouvir e sua cabeça começava a doer pela confusão que se fazia dentro dela, mais Christopher não tinha condições de conversar consigo naquele momento, sabia que o australiano não ia dizer mais nada, decidiu que era realmente melhor o deixar sozinho, mesmo confuso, sabia que qualquer coisa que fizessem naquele momento não ia adiantar. Pouco antes de sair, ouve Christopher dizer. - Aliás, parabéns pelo noivado.