cap 3.

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-Theo, você precisa me contar o que sente.

Ele bufa, e se vira mais ainda para a janela.

-Eu não sei nomear o que eu sinto.

Bom, é um começo.

-Bom, descreva como é.

O silêncio se instaura no quarto, é quase torturante. E eu só desejo ir lá sacudir Theo e gritar com ele, o obrigando a dizer como se sente.

-Eu só sinto vontade de ficar perto de você. De te ver sorrindo. E Deus, eu amo te irritar, por que quando eu faço isso, você olha e tudo que eu consigo desejar é que você continue me olhando e me xingando. Eu não sei o que falar quando eu estou perto de você, parece que eu estou sempre com medo de falar uma coisa errada e te fazer me odiar mais do que você me odeia. Por que eu não te odeio, Liam. Eu só quero que você olhe para mim.

Ok, eu definitivamente não estava esperando por isso.

Então Theo sente alguma coisa por mim.

Deus, eu quase consigo tocar na felicidade de começar a crescer no meu peito de maneira descontrolada.

Parece que eu nunca fui feliz na vida, e que eu só estou experimentando esse sentimento agora, e eu posso correr, pular, gritar, dançar. Eu posso fazer absolutamente qualquer coisa.

Por que Theo gosta de mim também,

-Eu olho para você, Theo. Eu nunca desvio o olhar.

Nos encaram por um momento. Como se estivéssemos realmente comprovando o que eu acabei de falar.

Theo inclina um pouco a cabeça para o lado. E por um minuto - um longo minuto - eu desejo ir lá e beijá-lo. Mas meu lado racional grita que precisamos conversar antes de qualquer coisa.

-O beijo foi um erro?

Provavelmente foi, mas tá tudo bem.

-Talvez - eu digo, dando de ombros - Mas vamos repeti-lo de qualquer jeito, eu nunca fui de acertar mesmo.

O sorriso volta a dançar no rosto de Theo, e ele inclina mais um pouco a cabeça para o lado.

-Então vamos fazer aquela merda de errar juntos?

E isso me faz sorrir de volta.

Por que céus, nós nos gostamos. E estamos aqui, falando sobre estarmos juntos.

-Brega, certo?

-Muito, mas pelo menos estamos juntos - diz Theo. E continuamos sorrindo um para o outro - Me prometa uma coisa.

Qualquer coisa.

Se esse homem me pedir para escalar o monte Everest, eu faria. Só por ele.

-O que?

-Só não me deixe, ok?

Oh.

Deixa-lo? Como assim?

-Como assim?

-Não me deixe, Liam. Eu não consigo acreditar que eu realmente possa sentir algo assim, eu não achei que era - ele pausa por um segundo, claramente organizando as ideias na cabeça - Capaz de sentir isso, mas eu estou sentindo, e estou apavorado.

Meu coração dói. Uma dor tão grande que chega a ser física.

Theo realmente achou que não era capaz de ser amado e amar?

-Aonde você estiver, eu estarei do seu lado.

Nós gargalham juntos. Por que isso é tão meloso e ainda sim tão certo.

-Céus, somos estupidamente bregas.

Somos. Realmente somos.

-Mas somos bregas juntos.

-Juntos.

E eu não consigo dizer em que momento nos aproximamos, mas quando me toco, Theo já está ao meu lado. E sua respiração bate no meu pescoço. E seu olhar esta fixo em mim, é tão intenso.

E a única coisa que eu posso fazer é puxá-lo pela nuca e beijá-lo.

E é a única coisa que eu desejo fazer.

Beija-lo.

Por que eu não sei explicar, mas me sinto segura aqui.

Nos braços de Theo, enquanto ele me puxa mais para si, eu só consigo sentir que é aqui onde eu pertenço.

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