one day at a time • l.s. | shortfic

decisions

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No dia seguinte Harry estava no seu armário do corredor do colégio, mais alguns armários ao lado encontrava-se Louis entretido em guardar seus livros. Harry não era tão bom em disfarçar, então vez ou outra Louis o pegava o encarando. Quando acontecia, Harry se virava constrangido e com as bochechas rosadas em seu rosto pálido e bonito.

Ele não se lembrava de ter sentido tanta vergonha na presença de Louis como tem sido ultimamente. Somando isso a saudade que sentia do melhor amigo e a necessidade constante de querer tocar no garoto por quem era secretamente apaixonado, Harry estava quase entrando em colapso.

Harry sentia falta de Louis, mais ainda do que quando foi morar em Holmes Chapel com sua mãe. Era mais fácil quando ele não tinha que encarar Louis todos os dias e ter ele sentado e falando alto do outro lado da sua roda de amigos. O anseio de estar junto dele era mil vezes maior quando ele o tinha tão perto a ponto de alcançá-lo, mas não podia. Ouvir sua voz estridente e sentir seu cheiro suave estava ferindo Harry como uma adaga perfurando seu pobre coração. Era perturbador estar na presença de Louis e não poder senti-lo. Essa distância imposta entre eles estava o torturando sem qualquer piedade.

Foi inevitável olhá-lo mais uma vez antes que seguissem para suas aulas. Louis tinha a franja desfiada e despojada caindo sobre seus olhos incrivelmente azuis enquanto trancava seu armário. Harry suspirou ao olhar para ele, o sentimento de saudade o abrangendo.

— Harry, eu posso falar com você? — Niall apareceu de repente, tampando a visão de Harry sobre Louis.

Com sua atenção agora voltada completamente para Niall, ele observou que o amigo parecia inquieto e apreensivo. Ele mexia as mãos e a cabeça nervosamente, fitando Harry na espera de uma confirmação.

— Fala logo, Niall. — Harry se virou pra trancar seu próprio armário. — Temos só mais alguns minutos antes da aula.

Niall assentiu agitado, aliviado por Harry não ter o ignorado e cedendo um momento para que conversassem.

— Eu queria me desculpar sobre aquele dia — ele começou —, não era a intenção ofender nem você e nem Louis. Poxa, vocês são meus melhores amigos, eu nunca desejaria fazer alguma coisa contra vocês. — Ele suspirou nervoso. — Eu reconheço que eu errei, disse e insinuei coisas que não deveria. Por minha causa, você e Louis estão estranhos um com o outro e isso tem pesado sobre os meus ombros. Eu fui um péssimo amigo com um péssimo julgamento, e estou muito arrependido pelo o que fiz. Não foi por maldade, eu disse por pura impulsividade.

Harry estava quieto enquanto encarava Niall, ouvindo-o e dando espaço para que ele dissesse tudo o que precisava dizer. Ele não estava realmente bravo com Niall, afinal o tinha como um irmão, às vezes ele era um idiota inconsequente, mas ainda assim um irmão. Niall era uma pessoa que irradiava luz e alegria no grupo deles, era o que os unia como uma só coisa. Harry também levava em consideração que todos ali eram adolescentes e estavam aprendendo sobre a vida, consequentemente haveria erros pelo caminho que poderiam ensiná-los. Não era inteiramente culpa de Niall, afinal ele era apenas mais uma vítima dessa opressão e ideologia sobre ser virgem na faculdade. Muitas vezes os próprios filmes de besteirol implantavam isso na mente das pessoas, fazendo-as crer que ser um virgem fosse motivo de humilhação e vergonha. E Niall era uma pessoa facilmente influenciável, porque havia uma parte dele que acreditava que para gostarem verdadeiramente dele, ele precisava seguir as massas. Talvez isso fizesse parte da sua insegurança como pessoa, alguém que busca a aceitação dos outros porque teme em não ser considerado bom o bastante.