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Chaeyoung endireitou sua postura e segurou uma mão de Jennie antes de assobiar alto, fazendo várias garotas correrem para trás dela.

— Calma que não queremos briga.

— Angela, uma das três garotas, disse calmamente.

— Não posso nem namorar tranquila que me incomodam. — Chaeyoung disse bufando. — O que querem? — Ela perguntou friamente.

— Só viemos resolver algo aqui. Você conhece as leis daqui, Chaeyoung. — A loira disse, fazendo Chaeyoung assentir. — Beatrice disse que você roubou a garota dela.

     Os olhos castanhos fitaram os azuis de Beatrice seriamente, para segundos depois a garota explodir em uma risada debochada.

     Chaeyoung deixou um beijo no pescoço de Jennie e sussurrou em seu ouvido que se levantasse.

     Assim que Jennie o fez Chaeyoung desceu um degrau da mini-arquibancada, parando de frente para elas, tendo Jennie atrás de si, e umedeceu os lábios.

— Desde quando Jennie já teve alguma coisa com a ratazana azul? — Chaeyoung perguntou, vendo Beatrice alisar seus cabelos azuis. — Jennie nunca teve nada com ela.

— Porque fui para a detenção. — Beatrice reclamou e Chaeyoung desceu mais um degrau, ficando cara a cara com Beatrice.

— Você iria estuprar a minha garota. Acho que a errada dessa merda é você. — Chaeyoung disse, cerrando os punhos.

— Ela não era a sua garota. — Beatrice rebateu.

— Foda-se! Você iria transar com ela a força. Isso é contra as malditas regras!

— Todas fazem isso aqui. — Beatrice replicou e Chaeyoung riu com escárnio.

— É por isso que eu não gosto de dirigir a porra da palavra a você, porque é uma maldita estúpida. — Chaeyoung disse irritada. — Elas trocam favores. Se as garotas aceitam proteção em troca de dar sexo, o problema é delas, não estão sendo obrigadas, mas Jennie jamais aceitou nada disso.

— Quem te garante que não? — Beatrice indagou e Chaeyoung trincou o maxilar.

— Que garota em sã consciência ficaria com você, sendo que sabe que eu tenho interesse nela? — Chaeyoung perguntou e Beatrice a fuzilou com os olhos.

— O que...

— Desde o primeiro dia que vi aquela garota eu coloquei meus olhos nela e falei com ela, não tenho culpa se ela demorou um dia para se decidir. — Chaeyoung continuou. — Então acho bom vocês quatro sumirem da minha frente, porque não estou nada contente em me lembrar que essa filha de uma puta... — Chaeyoung apontou para Beatrice. — Está de olho em Jennie.

— Você a forçou, Beatrice? — Uma das garotas questionou e a mulher suspirou. — Responda, desgraçada! — Ela elevou a voz, segurando o maxilar da mulher antes de apertar com força. — Você me fez perder o maldito tempo sendo que você é a errada?

     Chaeyoung sentiu o corpo delicado lhe abraçar por trás e sabia que era por medo de sangue começar a rolar. A maior suspirou e se virou ligeiramente, passando um braço pela cintura de Jennie.

— Estamos bem. — Chaeyoung sussurrou no ouvido de Jennie e a menor assentiu, ainda assustada. Seu mundo era de segurança, riqueza, pessoas civilizadas, dinheiro e, bem, mais dinheiro.

E Chaeyoung sabia disso.

     Por isso, quando sentiu Jennie se aconchegar mais em seu abraço, soube que aquilo não era para ela, aquela vida não pertencia àquela garota. Chaeyoung só queria que ela não tivesse medo.

     O primeiro soco foi desferido com tanta força no meio da cara de Beatrice por uma delas, que só então Chaeyoung percebera que não havia ouvido o fim da conversa delas, tamanha era sua preocupação com o corpo delicado entrelaçado com o seu.

— Por aqui. — A maior disse, puxando Jennie pela mão para se afastar do aglomerado. Ela sabia que em poucos segundos o estrago aconteceria. Chaeyoung envolveu o corpo de Jennie em um abraço por trás quando viu balas de borracha ricocheteando contra o chão, indo em várias direções.

— O que foi isso? — Jennie perguntou assim que chegaram na cela de Chaeyoung e a maior soltou seu corpo.

— A forma como as policiais separam as brigas quando uma das líderes estão envolvidas.

— Isso inclui você? — Jennie perguntou e Chaeyoung cruzou os braços, mantendo a postura séria.

— Eu nunca briguei. — Jennie arqueou a sobrancelha em total confusão.

— Mas você ganhou da antiga líder. — Chaeyoung a fitou compenetradamente.

— Quem te disse isso? — Chaeyoung perguntou surpresa e Jennie suspirou.

— Eu ouvi por aí. — Ela disse. Não entregaria Maggie, e não era por dedo-duro não durar ali, e sim porque tinha um grande carinho pela ruiva apesar de pouco tempo.

— Não interessa como aconteceu, eu só não passei por aquilo lá. — Chaeyoung disse e Jennie assentiu, ainda curiosa, porém se limitaria àquilo.

— Obrigada por dizer aquilo e livrar a minha barra da Beatrice. — Jennie disse gentilmente e Chaeyoung negou com a cabeça suspirando.

— Estou preocupada com você. — Chaeyoung confessou sem sequer perceber. — Elas bateram naquela garota e não deveria ter acontecido isso. — Ela disse, se sentando na cama de baixo antes de apoiar os dois cotovelos em suas pernas. — Ela pode ser um tanto desequilibrada quando está furiosa.

— Você acha que ela, huh, vai para a detenção? — Jennie perguntou assustada.

— Duvido muito. Ela tem quase todas as guardas compradas.

— Quanto acha, huh, que elas aceitariam para não ajudarem mais ela? — Jennie perguntou e Chaeyoung franziu o cenho.

— Por quê?

— Tenho um, bem... um amigo... Amigo distante... Bem distante, que pode me arrumar o dinheiro emprestado. — Jennie disse fitando o chão e Chaeyoung se levantou, se aproximando dela.

— Então diz para o seu amigo distante e rico que eu vou dar um jeito nisso. — Chaeyoung falou e Jennie tremeu devido ao tom que a maior usou, sentindo o medo de Chaeyoung ter suspeitado de que ela fosse rica.

— Você tem esse dinheiro? — Jennie perguntou e Chaeyoung riu.

— O dinheiro que eu tenho eu guardo para outra coisa. — Chaeyoung disse seriamente. — Mas sei como resolver isso tudo, não se preocupe.

— Tem certeza? — Jennie perguntou ainda temerosa e Chaeyoung assentiu.

— Em mulher minha ninguém toca, eu já disse. — Chaeyoung disse com um princípio de sorriso e Jennie suspirou.

— Não sou sua mulher, Chaeyoung. — Jennie disse baixinho. — Não de verdade. — Finalizou, brincando com a borda de sua camiseta laranja.

— Não, não é. — Chaeyoung disse singelamente. — Mas ninguém precisa saber disso. — Os olhos castanhos se ergueram acompanhando seus longos cílios, sentindo pela primeira vez em muito tempo que alguém estava realmente cuidando dela.

— Obrigada. — Jennie disse baixo e Chaeyoung assentiu.

— Agora vá para a sua cela, hm? Vou resolver isso. — Chaeyoung disse e Jennie mordeu o próprio lábio inferior.

— Você não irá matá-la, irá? — Jennie perguntou cautelosamente e Chaeyoung a olhou franzindo o cenho, explodindo em uma risada harmoniosa no momento seguinte.

— Não, eu não vou matá-la. — Chaeyoung disse ainda rindo.

— Me sinto melhor. Eu não gostaria de saber que alguém morreu por minha culpa. — Os olhos de Chaeyoung enegreceram e repentinamente se tornaram vazios.

— Sem violência, eu prometo. — disse ela.

Presa Por Acaso || ChaennieOnde histórias criam vida. Descubra agora