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Arte reproduzida do Pinterest 🎨 Arte: niaoliveira
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Continuação do capítulo 21 de "A Rainha do Nada". Adaptado.
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(...)
Parece impossível ele estar dizendo essas palavras e serem verdade. Mas, quando Cardan se inclina e me beija de novo, esse pensamento se perde na sensação. Ele se arqueia contra mim, trêmulo. Começo a abrir os botões de seu gibão. Ele tira a camisa em seguida.
— Não estou debochando — sussurro junto a sua pele.
Quando ele me olha, seu rosto está perturbado.
— Vivemos escondidos atrás da armadura por tanto tempo, você e eu. E, agora, não tenho certeza de que sabemos tirá-las.
— Isso é outra charada? — pergunto. — E, se eu responder, vai voltar a me beijar?
— Se é o que deseja. — A voz soa rouca, instável. Ele se move de forma a se deitar ao meu lado.
— Já disse o que quero — o desafio. — Que você faça comigo o que...
— Não — interrompe ele. — O que você quer.
Mudo de posição e monto em seu corpo. Olho para ele de cima e observo seu peito, os cachos voluptuosos úmidos na testa, os lábios entreabertos, a cauda comprida e peluda.
— Eu quero... — começo, mas sou tímida demais para dizer as palavras.
🌙
Eu, Jude Duarte, Grande Rainha de Elfhame e mortal, sou boa em manusear uma espada e fazer um bom aproveito de uma adaga, minto tão bem como luto. Mas, em contrapartida, não sou boa com jogos de palavras e sequer sei o que estou fazendo, mas tenho certeza do que eu quero e do que estou pedindo a Cardan. Me faça sua, é isso que quero dizer e fazê-lo enxergar que também o desejo, mas a timidez trava a minha garganta e, diante de Cardan, fico sem palavras.
