Parte IIII - joguinho ?

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saio de sua sala, triste, mesmo sem saber o porque, sentia uma dor no peito, nao feito por uma navalha ou um tiro, mas que era obviamente mais profundo e doloroso

Ergui minha cabeça, me recompondo, e continuo a andar naqueles corredos imundos com chao grudento. Todo tipo de barulho se encontrava naquele lugar, fosse o de pessoas conversando, camas rangendo, solas de sapato batendo... Resumindo um inferno

Passo por um grupo de caras que ficaram fitando meus movimentos com olhares nauseados e de desprezo 

- Hmpf! otimo agora teremos que aturar bixinhas nessa porra! pelo menos essa mariquinha vai servir como deposito de porra nas noites 

Falou um cara que me encara com um sorriso enquanto os outros riam desdenhosos 

Minha vontade foi de esmurrar ele, mas eu apenas ignorei, a partir daquele dia eu faria meu máximo para não brigar, eu quero sair desse lugar mais do que tudo nesse mundo

- Olha só, parece que ele é surdo, ou não saiba falar - continuo ele - acho que ele só sabe gemer, assim como a mãezinha dele 

Aquilo foi o ápice, quer saber... que se foda esse papo  de evitar briga!

Naquele momento senti a escuridão e as chamas do ódio e da raiva consumirem todo o meu ser.
Quando já me dei conta estava em cima dele desferindo socos em seu rosto, fazendo-o sangrar 

Tudo o que eu queria era vê-lo sofrer e se arrepender de ter falado aquilo, queria ver ele morrer; Mas fui separado por alguns dos enfermeiros que estavam no local, logo em seguida pude sentir a picada do sedativo e seus efeitos 

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Quando recobrei a consciência, tentei abrir meus olhos, mas tudo estava embaçado, aos poucos fui recuperando minha visão e percebi que estava amarrado numa maca, e que estava no meu quarto.                                                                                                                                                                                         E do meu lado meu doutor favorito , sentado numa cadeira enquanto segurava uma prancheta e uma caneta

- Pelo visto não consigo ficar cinco minutos longe de você 

Quando ia responder ele torna a falar:

- e acredite não é por falta de tentativa da minha parte - falou ele me fazendo rir - Porque fez aquilo? Digo por que brigaram?

Naquele momento toda a minha diversão dissipou-se, me deixando com um semblante serio.

- Não foi nada - respondo fitando sua face, e que face... Logo em seguida desvio o olhar, olhando o chão 

-Acho que nenhuma sã faria aquilo por nada...

-Nunca disse que sou são, afinal estou na porra de um Hospício não estou? E também, duvido que alguém nesse maldito mundo seja - digo o interrompendo 

- E agora aqui estamos nós... com você amarrado, ah! antes que eu me esqueça...

Extinguiu-se a voz, fazendo uma pausa dramática 

- Vai falar hoje ou quer uma chupada pra falar - digo impaciente - Fala logo!

- já  que esta amarrado só queria saber sua palavra de segurança, mas já que tá bravo, vai ser: "coelhinho raivoso" - Retrucou ele rindo da situação, como se acabasse de ouvir uma piada muito engraçada

- tá com o circo de Soler enfiado no cu ? ou o por que dessa maravilhosa piada - falo com tom irônico 

- Isso foi divertido, o que foi perdeu o senso de humor? - perguntou cínico

- já falei, mas como você tem algum problema mental vou repetir: gosto de implicar e não que impliquem comigo - respondo-o dando um sorriso amarelo 

- Enfim, você quer que eu o desamarre... não quer? - indagou ele 

Maneei a cabeça fazendo um sim

- ótimo, então que tal um joguinho ? ah não ser que tenha medo... seu covarde

- ulá lá, doutor...


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⏰ Última atualização: Dec 15, 2021 ⏰

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