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Em geral, orgulho-me de ter a cabeça no lugar e de tomar decisões sensatas, mas concordar em dar aulas para Josh? Mais idiota impossível.

Na noite seguinte, no caminho até a casa dele, ainda me crucifico por isso. Quando me encurralou na festa da Sigma, tinha total intenção de lhe dar um fora para ele parar de encher o meu saco, mas aí ele ficou exibindo Justin bem diante do meu nariz como se fosse uma cenoura, e caí feito um patinho.

Perfeito. Agora estou misturando as metáforas.


Acho que está na hora de admitir a triste verdade: meu bom senso é zero quando se trata de Justin Kohl. Na noite passada, saí da festa com o propósito único de esquecê-lo, e, em vez disso, deixei Josh Beauchamp me alimentar da emoção mais destrutiva para a humanidade — a esperança. Esperança de que Justin possa prestar atenção em mim.

Esperança de que possa me querer. Esperança de que talvez tenha finalmente encontrado alguém capaz de me fazer sentir alguma coisa.

É vergonhoso como estou caidinha pelo cara.

Paro o carro na entrada da casa, atrás do Jeep de Josh, ao lado de uma picape preta reluzente, mas deixo o motor ligado. Fico me perguntando o que minha antiga psicóloga acharia se soubesse do acordo que acabei de fechar com o capitão do time de hóquei.
Acho que seria contra, mas Carole vive batendo na tecla do empoderamento. Sempre me encorajou a tomar as rédeas da minha da minha vida e agarrar qualquer oportunidade que me permitisse deixar a agressãono passado. 

E de uma coisa sei: saí com dois caras desde o estupro.Dormi com os dois. E nenhum deles me fez sentir tãoexcitada quanto Justin Kohl conseguiu com um único olhar.Carole me diria que vale a pena explorar a oportunidade. 

Josh mora numa casa geminada de dois andares,revestimento de estuque, uma varanda na entrada e umgramado supreendentemente bem cuidado. Apesar darelutância, forço-me a sair do carro e caminhar até a porta.As paredes reverberam um rock alto. Uma parte de mimtorce para que ninguém escute a campainha, mas ouço osom abafado de passos atrás da porta, ela se abre, e mevejo diante de um cara alto, com cabelo moreno espetado eum rosto esculpido que parece saído de uma capa da GQ. 

-Ah, oi- ele cumprimenta com a voz arrastada, meolhando de cima a baixo. -Meu aniversário é só semana quevem. Mas, se isso for um presente adiantado, quem sou eupara reclamar, gata. 

Claro. Eu deveria ter imaginado que os companheiros derepública de Josh são tão detestáveis quanto ele.Aperto os dedos ao redor do elástico da minha pastaenorme, me perguntando se sou capaz de voltar para ocarro antes que Josh saiba que estou aqui, mas meuplano maligno vai por água abaixo quando ele aparece naporta. Está descalço, usando uma calça jeans desbotada euma camiseta cinza surrada, e o cabelo está molhado comose tivesse acabado de sair do banho. 

-Oi, Gabrielly- cumprimenta, descontraído. -Está atrasada.

-Eu disse oito e quinze. São oito e quinze.- Encarofriamente o sr. GQ. -E se você estava sugerindo que pareçocom uma prostituta, considere-me ofendida.

-Você achou que ela fosse uma prostituta?- Josh arregala os olhos para o amigo. -É a minha professora, cara.Mais respeito.

-Não achei que fosse uma prostituta... Achei que fosseuma stripper- retruca o louro, como se isso melhorasse ascoisas. -Tá até fantasiada, caramba.- Ele não deixa de estar certo.

 Meu uniforme de garçonetenão é exatamente muito discreto. 

-Aliás, quero uma stripper de presente de aniversário- anuncia GQ. -Acabei de decidir. Se vira. 

𝓞 𝓐𝓬𝓸𝓻𝓭𝓸ᵃᵈᵃᵖ| ʙᴇᴀᴜᴀɴʏOnde histórias criam vida. Descubra agora