Diamond Heart

Bônus

Alguns anos depois

Risadas ecoavam pelos cômodos da casa, uma risada gostosa e que contagiava, menos a ele é claro. Com passos calmos e contados, a expressão sem interesse e fria, ele vinha seguindo os rastros daquela risada que causava tanto alarde pela enorme casa. Os empregados da casa, que consistiam em uma criada e um mordomo, riam ao ver a pequena criaturinha passar correndo, mas logo desfaziam o sorriso e sumiam das vistas dele.

Anos depois de se mudarem a casa no campo, Diamond montou sua cafeteria e o negocia ia apenas crescendo. Tanto que Overhaul, ou melhor, Chisaki Kai a ajudava com a parte financeira. Mas o negocio a tomava bastante tempo dela e com isso a casa precisava de alguém para que cuidasse dela. Até porque, Chisaki não a deixava limpar nada, sempre dizia que ela era pura demais para aquele tipo de trabalho. Por isso contratou uma empregada – uma mulher sem individualidade – e um mordomo para que a ajudasse e cuidasse de outras coisas, que requereriam a atenção de ambos.

E o outro assunto estava naquele momento correndo pela casa e segurando seu casaco verde de plumas roxeadas, que Chisaki insistiu em manter. Uma lembrança que ele ás vezes mantinha. Apesar de não usar o casaco com frequência, normalmente ele estava sempre usando ternos e bem arrumado.

A cidade pequena acabou tendo Chisaki como "protetor", sem um "líder" e a cidade sendo alvo de saqueadores e vilões sem uma liga ou grupo, eles se aproveitavam do fato dos cidadãos não terem como revidar e atacava fazendas, casas e estabelecimento. Foi então que com a ajuda de Rick, que no ano passado se mudou para a cidade, ele formou um pequeno grupo para proteger a cidade. E uma ocupação.

Com medo de atraírem heróis ou a polícia devido ao sobrenome dele, Kai usava o sobrenome da esposa como se fosse seu. Diamond abandonou o nome e adotou o verdadeiro dela, Sakura Yamamoto. Eles se casaram dois meses depois dela dar à luz a Kaito, a pequena alegria que Chisaki gerou com Diamond.

E que agora corria pelo lado de fora da casa, possuía apenas três anos de idade.

Chisaki seguiu a criança até perto de uma casinha no fundo e distante da mansão onde moravam, inicialmente era somente uma casa grande, mas com as reformas se transformou em uma mansão. O casaco verde estava parado ao lado da pequena casa, onde a criada e o mordomo viviam juntos. A medida que ele se aproximava, o riso de Kaito apenas aumentava.

- Cansou? – a voz monótona de Chisaki soou, mas isso não impediu do menino de rir alto e erguer o casaco revelando seu rosto.

- Você me pegou, otou-san – riu ele ao correr e agarrar suas pernas.

Chisaki apenas bateu de leve no topo da cabeça dele com o braço de metal, apesar das mudanças, ele ainda era o mesmo Chisaki de sempre, não era de demonstrar emoções ou afetos. Mas não quer dizer que não se importava ou amava sua família. Muito pelo contrário.

Ele se manteve fitando a pequena criança, ainda agarrada a suas pernas.

Ainda se surpreendia em como ele era uma cópia sua. Os mesmos cabelos castanhos escuros, a expressão um tanto dura e contida, no entanto, os olhos... aquele azul turquesa tão igual à da mãe. Que era o que ele mais adorava nela, aquela pureza bruta.

- Vamos, pegue o casaco e o devolva onde o encontrou – ordenou – não deixe as coisas no chão ou irá sujar e colocarei você para limpar depois – alegou.

O garoto assentiu e foi pegar o casaco, mas assim que o fez, assim que abriu a mãozinha para pegar, sua individualidade se ativou. E a casa da criada e do mordomo se transformou em um monte de pilha de madeira destroçada. Causando um suspiro cansado em Chisaki e um olhar amedrontado em Kaito.