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Eu e mais duas garotas desconhecidas estamos em uma espécie de frigorífico ou algo próximo disso. Olho ao redor e vejo dois homens. Eles são altos e bem fortes e não existe nenhuma expressão no rosto deles. Uma das garotas começar a rir e instintivamente eu começo a rir junto. Então a brincadeira começa.
A brincadeira é a seguinte: Há uma porta de metal e no meio dela encontra-se um olho mágico onde giramos um pedaço de metal - que cobre o olho - e você pode olhar o que tem do outro lado. A primeira menina gira o pedaço de metal e olha através do olho mágico, ela não vê nada demais e sorri. Eu e a outra garota sorrimos de volta como se fôssemos duas malucas. A segunda garota faz o mesmo processo, mas também não vê nada demais e se afasta sorrindo para mim. Então chega minha vez. Eu sorrio para elas e vou em direção ao olho mágico. Me inclino sobre a porta e apoio minha mão direita na parede e com a outra giro o pedaço de metal completamente e em seguida olho através do pequeno buraco. O buraco é totalmente escuro. Não existe nada. Forço a minha visão para tentar enxergar algo, é quando eu o vejo... Um olho totalmente branco me encara fixamente. Através dele eu vejo medo, angústia e dor. Um pedido de socorro. O tempo para. Não consigo me mexer. O medo, a angústia e o pedido de socorro se tornam meus. Então eu caio para trás. Quando volto a mim os dois homens que estavam com a gente, estão agarrando as duas garotas. Elas estão nuas e gritam aterrorizadas. Os olhos deles também estão brancos. Eu falo pra mim mesmo que tenho que correr, mas não consigo. Tento me levantar, mas algo me segura e me impede de fazer isso.
- Deus! - Eu grito. O que estava me segurando me solta e eu consigo me levantar e correr. As coisas estão sumindo e desaparecendo, várias e várias vezes. Uma porta surge e eu abro ela, uma luz branca me cega por alguns segundos. Assim que recupero a visão, percebo que estou em uma espécie de cidade. A rua está cheia de pessoas, carros e motos. Eu começo a gritar pedindo socorro, mas ninguém parece me ouvir. É como se eu não existisse ou estivesse invisível. Quando olho para os seus rostos, percebo que todos ali também tem olhos brancos. Eu me desespero e corro sem direção. Acabo entrando em outra rua e quando olho para cima, vejo centenas de corpos de garotas nuas penduradas por cordas amarradas em seus pescoços. Então alguém me puxa. O mundo para. Tudo fica escuro.
*
Quando abro os olhos, vejo um homem sorrindo para mim. Os seus olhos não são brancos, são azuis.
- Quem é você? Por favor, me ajude! - Ele apenas continua sorrindo e em seguida faz um sinal pedindo silêncio. Eu estremeço. Mas fico em silêncio.
- Você não deveria estar aqui. Esse não é o seu mundo. Aqui não é seguro. - Ele continua me encarando, mas depois volta a sorrir. - Você poderá ir embora dessa vez. Nunca mais brinque com eles. Não tente invadir a barreira que separa nossos mundos. - Ele vem até mim e fala no meu ouvido. - Esqueça esse mundo. Pense na sua casa.- Eu faço o que ele diz. E quando abro os olhos, estou em casa.
*
Acordo com o celular vibrando. Foi apenas um sonho. Pego o celular em cima do criado-mudo, olho para tela, o relógio marca 00h:13 da madrugada. Ainda estou com uma sensação ruim e não consigo voltar a dormir. Então, mantenho os meus olhos abertos a noite toda.
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Sonhos Obscuros
Short StoryO mundo dos sonhos é um lugar onde tudo pode acontecer. Este conto reúne duas histórias que são conectadas pelo sobrenatural. O mundo dos sonhos é um lugar onde tudo pode acontecer. Nesta história, dois personagens terão que lutar para tentar ficar...