» Capítulo 15 «

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“Feliz aniversário Dilara”

Kerem

Eu acho que nada foi tão arrebatador para o meu coração quanto a noite em que Andy disse “eu te amo” pra mim.

Eu não era um tio presente na vida dele do jeito que eu imaginava que deveria ser, quero dizer, dava presentes, participava das datas comemorativas quando não eram aqueles mêsversarios sem sentido que Lau insistia em fazer, mas não tirava tempo do meu dia somente para vê-lo.

Hoje eu vejo isso como uma tremenda perda de tempo sem meu sobrinho.

Eu poderia ter acompanhado seu desenvolvimento desde muito cedo, nós poderíamos ser muito mais unidos e talvez sua adaptação vivendo comigo tivesse sido mais rápida se eu tivesse feito vínculos com ele mais cedo.

Mas não há como mudar o passado e pelo menos aprendi com os erros.

Não vou poder ser melhor com outro sobrinho ou sobrinha porque minha única irmã se foi, mas vou fazer o possível para ser o melhor a partir de agora pelo Andy.

Respiro fundo sentindo o leve aroma de bebê misturado a um cheiro doce e suave vindo de um corpo maior agarrado ao meu lado esquerdo.

Como um tolo — ainda de olhos fechados — me pego sorrindo.

Andy se moveu durante a noite e ao invés de estar encima de mim, sinto seu pequeno corpo embolado ao meu lado direito, a cabeça enterrada abaixo do meu braço.

Abro os olhos encarando o teto branco do quarto, talvez devesse decorar com alguns bichinhos brilhantes para Andy.

O quarto melhorou bastante desde que juntei algumas decorações do antigo quarto da casa onde Lau morava, mesmo assim acho que falta algo para se tornar um quarto de criança decente.

Uma parede colorida talvez?

— No que está pensando? — Hande sussurra em meu pescoço, sua a voz enrouquecida pelo sono.

Ela se move e viro minha cabeça para poder olhar seu rosto.

Incrível como uma mulher pode ser tão incrivelmente gostosa e linda tão cedo.

— No quanto você está linda.

Seus olhos castanhos se apertam descrentes. — Claro que estava seu galanteador barato.

Finjo descrença. — Está me chamando de mentiroso? Você está linda, é linda na verdade.

A pele em suas bochechas ganha cor. — Para com isso ruivo.

Me ajeito devagar no colchão para não despertar a mini pessoa, ele precisa dormir depois do susto com a febre que ele me deu ontem a noite.

Com o braço que está ao redor da sua cintura a puxo mais contra meu peito e encaro os grandes olhos cor de avelã. — Você deveria aprender a aceitar elogios Erçel.

Seu nariz toca o meu, ela sorri e meu coração bate enlouquecido dentro do peito.

Seus lábios tocam os meus de maneira breve, tão breve que sinto vontade de soltar uma gemido de frustração quando nos separamos.

— Obrigada. — ela diz e então se senta na cama esfregando os olhos e logo em seguida erguendo os braços acima da cabeça esticando os músculos.

A ação faz com que minha camisa que estava enrolada em sua cintura suba mais revelando uma faixa de pele da qual não sou capaz de tirar os olhos.

Hande pigarreia. — Temos um bebê aqui senhor Bursin.

Meus olhos piscam e se voltam para o seu rosto, viro para o pequeno amontoado de cabelos loiros que se moveu um pouco e agora está agarrado a minha camiseta.

You knock on my doorOnde histórias criam vida. Descubra agora