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NÃO ME SURPREENDI quando a campainha tocou.

Ryan disse que devíamos começar a trabalhar no seminário o quanto antes e sei que ele estava certo. Esse projeto vai determinar nossa nota no semestre e preciso manter minha média se quiser ter alguma chance na faculdade. Então, como ele estava livre, eu aceitei. Só porque também não tenho muito o que fazer e uma distração pode ajudar.

— Oi — eu digo, quando abro a porta de entrada.

De alguma forma, Ryan conseguiu ficar ainda mais bonito. O cabelo loiro está levemente molhado o que fez os fios ganharem um tom mais escuro, os olhos estão claros como o Sol da primavera que brilha sobre nós. Ele não parece triste agora, mas algo na forma com que ele fecha a mão em punho e esfrega os nós dos dedos na perna me diz que está nervoso.

— Oi — ele diz.

— Espera — peço, revirando minha bolsa por alguns segundos antes de puxar o caderninho verde lá de dentro. Estendo para Ryan e ele sorri. — Aqui.

— Obrigado. Vamos?

Respondo que sim e caminhamos lado a lado em direção ao carro dele. Quando percebo que estou mesmo do lado de Ryan Matthews, a caminho da casa dele, depois de chorar em seu ombro, só consigo rir.

E ele pergunta o motivo.

Olho para ele, observo como seus olhos brilham forte em mim e como seu rosto é perfeitamente desenhado. Ryan parece um anjo, um príncipe, um herói, como os dos contos de fadas.

— A vida é uma surpresa, não é? — digo, simplesmente.

— E isso é uma coisa ruim? Digo, em relação a nós dois — sua voz é baixa, hesitante.

— Eu não sei. É?

Ele ergue uma sobrancelha e me encara, em silêncio. Depois, abre um sorrisinho e diz:

— Espero que tenhamos tempo para descobrir.

E, de alguma forma, sei exatamente o que ele quis dizer.

E, de alguma forma, sei exatamente o que ele quis dizer

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A casa dele não é como eu imaginava. Não que eu tenha pensado muito nisso, mas como estávamos a caminho daqui, foi difícil não especular.

Não é uma mansão, como já ouvi algumas pessoas dizendo. É só uma casa. Uma casa um pouco grande demais para duas pessoas, considerando que devem passar a maior parte do tempo fora.

De qualquer forma, combina com o jogador. Clássica. Simples. E elegantemente desleixada.

Estacionamos na garagem, antes que ele me trouxesse até a sala de estar.

— Eu já volto, vou avisar para o meu pai que já cheguei — Ryan diz, me oferecendo um sorriso simples, que eu retribuo.

Dancing Queen do ABBA começa a tocar, assim que ele sai da sala. Tiro o celular do bolso e atendo a chamada do meu pai.

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