É a brisa fresca e o cheiro de flores que fazem os olhos de Osamu se abrirem.
O sol está alto e brilhante no céu azul, isso faz com que Osamu feche seus olhos no momento em que se abrem; seus sentidos voltando a funcionar a cada segundo que se passa.
Assim que seus olhos se abrem novamente, desta vez, sem que a luz do sol os incomode; Osamu consegue perceber que ele está deitado em uma superfície macia e confortável, levemente aquecida por conta da luz do sol.
Ele se levanta, observando ao redor, percebendo que estava deitado em uma pilha de flores; todas diferentes uma das outras, uma mistura de malvas, jacintos, crisântemos e rosas.
São flores conhecidas, Osamu percebe. O que mais chama sua atenção em sua observação é a grande quantidade de copos de leite que enfeitam a campina em que ele se encontra.
A brisa é boa e faz seu cabelo balançar. O clima também está bom, perfeito para uma caminhada matinal sem destino aparente. As flores deixando o ambiente ainda mais agradável e colorido.
Independente de todos esses detalhes, Osamu se vê franzindo as sobrancelhas em confusão. Ao navegar por sua memória, ele se lembra de se deitar para dormir depois de mais um dia preguiçoso; algo frequente após finalmente se aposentar, depois de tantos anos trabalhando e gerenciando várias lojas e franquias de Onigiri Miya.
Era um descanso que ele merecia, depois de tudo.
Seus pensamentos e interrogações são interrompidos por uma voz. Uma voz que faz os olhos de Osamu se arregalarem instantaneamente; uma voz que faz seu corpo inteiro ficar rígido.
"Por quanto tempo você vai ficar sentado aí?"
É uma voz que ele não ouve por muito, muito tempo. Uma voz que fez o coração de Osamu tremer só de pensar em esquecer seu timbre por conta dos anos que se passaram. A voz de quem ele frequentemente deixava vagar em sua mente, para manter o som vivo em sua memória.
É a voz de Suna. A voz de alguém que se foi há mais de setenta anos, alguém que perdeu tudo o que tinha quando era apenas um adolescente de dezesseis anos.
Alguém que Osamu só pôde ver novamente em seus sonhos.
Osamu não se mexe, petrificado e chocado demais para conseguir fazer qualquer movimento. Há lágrimas se formando no canto de seus olhos.
É mais um sonho?
"Não é um sonho." Suna responde, há um tom divertido em suas palavras. Ele responde como se pudesse ouvir os pensamentos de Osamu. "Não desta vez."
Essas palavras fazem o corpo de Osamu reagir. Seu torso se flexionando para trás para encontrar o dono da voz que ele não ouvia por muito tempo. Uma pessoa que ele ansiava por ver por muito tempo.
Parado alguns centímetros mais à frente, está Suna. Suna em seus dezesseis anos, vestindo as roupas características do clube de vôlei da Inarizaki. Suas mãos no bolso da jaqueta vermelha. Há um sorriso suave em seus lábios.
É quase como uma visão habitual. É como olhar para mais um daqueles dias do ensino médio, onde Suna o esperaria na esquina da rua que conectava a rua de ambos. Dias que deveriam existir até o final de seus estudos se Suna não tivesse desaparecido.
"Rin." Osamu respira, tentando controlar seu fôlego. Seu coração palpita sem parar, algumas lágrimas descem por seu rosto, fazendo uma trilha quente em sua pele.
Uma brisa passa, e os olhos de Suna ficam mais suaves.
"Oi." Ele diz em um sussurro. "Estou feliz que você tenha encontrado o caminho até aqui."
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If He Ran Away, Come Back Home
Fanfiction[Sequência Even Your Hands That Have Become Cold] "Por quanto tempo você vai ficar sentado aí?" É uma voz que ele não ouve por muito, muito tempo. Uma voz que fez o coração de Osamu tremer só de pensar em esquecer seu timbre por conta dos anos que s...